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| 100 anos Saramago, com palavras soltas… | |
| Por Ulisses Mota (Professor), em 2022/11/17 | 163 leram |  0 comentários |  47 gostam |
| 16 de novembro de 2022 Nesta data, 100 anos fez quem trouxe alguma magia literária ao nosso mundo. | |
| Tudo começou, provavelmente, numa terra sem pecado, registada nas pequenas memórias da vila da Azinhaga, Golegã, que, ornamentada por robustas oliveiras, fez o deleite sincero do nosso viajante, imagem essa retida na sua bagagem memorial. Não! Não foi numa viagem de elefante, nem tão pouco numa jangada de pedra que ele descobriu o mundo. Levantado do chão, um rapaz pobre e humilde ergueu-se e se fez homem e foi calcorreando o mundo, dia e noite, procurando através de um ensaio avisar-nos da cegueira que nos consome e destrói sem precisar de alabardas. Podia ter tido todos os nomes do mundo, mas herdou o de Saramago, alcunha de família, uma herbácea, talvez a maior flor do mundo que cresce em terras ribatejanas. Assim, num rasgo de lucidez, depois de uma viagem dececionante por Portugal, eis que ele, iluminado pela sua clarabóia, foi percebendo as intermitências do percurso sem receber ainda a carta violeta da morte. Sem sossego, vai escrevendo páginas e páginas de um livro e ouve-se sussurrar esta pergunta: «Que farei com este livro?» “Não sei! Talvez um dia mereça um prémio, quem sabe?!” Ulisses Mota | |
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