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Sabias Que… História com letras
Por Laura Costa (Aluna, 11°G), em 2021/11/25514 leram | 0 comentários | 280 gostam
D. Sebastião nasceu em Lisboa a 20 de janeiro de 1554, dezoito dias após a morte do seu pai, o Príncipe João Manuel.
O seu nascimento significou muito para o país, uma vez que garantia a continuidade da Dinastia de Avis, impedindo que a Coroa fosse herdada pelo filho de D. Filipe II de Espanha e D. Maria Manuela, tia de D. Sebastião. Por isso, foi-lhe atribuído o cognome O Desejado. Com a morte de seu avô, foi coroado Rei de Portugal aos três anos de idade.
Foi no dia 4 de agosto de 1578 que aconteceu a batalha de Alcácer-Quibir. Após quatro horas de combate, o exército português e os seus aliados foram arrasados, e menos de uma centena de sobreviventes conseguiram escapar. Quase nove mil soldados foram mortos e dezasseis mil foram levados como prisioneiros. Ao ser aconselhado a render-se, o jovem rei D. Sebastião recusou, com o que teriam sido as suas últimas palavras: "A liberdade real só há de perder-se com a vida.". Depois, desapareceu com o exército inimigo.
Como o corpo do rei não foi devolvido ao exército português, conforme o costume, o povo português tratou a sua morte como um desaparecimento. Assim, D. Sebastião tornou-se numa lenda, que conta que o “rei dormente” regressaria a Portugal numa manhã de nevoeiro, montado em seu cavalo branco, para livrar a Nação de todo o mal.
Porém, para Esposende, D. Sebastião representa algo mais. Foi ele que, a 19 de agosto de 1572, elevou a atual cidade à categoria de vila. Até então, o “lugar de Esposende” pertencia ao conselho e vila de Barcelos, que estavam sob jurisdição do Duque de Bragança. Naquela altura, a vila possuía cerca de 400 habitantes (ou “vizinhos”, como eram denominados”), que se dedicavam principalmente à atividade piscatória. As razões que levaram D. Sebastião a conceder a Carta de Foral a Esposende foram, para além do facto de ser “porto de mar”, a falta de oficiais de justiça. Como eram “homens do mar”, não podiam abandonar a sua terra e deslocar-se cerca de duas léguas até Barcelos, uma vez que estavam sujeitos a serem saqueados por piratas e corsários.
No ano de 1886 é criado o Julgado Municipal de Esposende e em 1898 a Câmara Judicial. A 19 de agosto de 1993, Esposende conquista o estatuto de cidade, e assim permanece até aos dias atuais.

Excerto do Foral de Esposende:

“… Faço saber aos que esta carta virem que os moradores do lugar de Esposende, pertencente ao concelho e vila de Barcelos fizeram petição que diz o seguinte: …os moradores do dito lugar de Esposende terras da jurisdição do Duque de Bragança, no dito lugar há 370 para 400 vizinhos juntos e arruados, muito nobre da casarias gente rica e abastada e a maior parte dela ao serviço de V. Alteza por ser porto de mar… de tão nobre tem Alfândega e oficiais dela e não havendo escrivão ou notário nem outro oficial de justiça… dista da Vila de Barcelos duas léguas… por serem homens do mar não podem ir a Barcelos requerer suas justiças e por tal, Vosso Avô fora informado sobre o lugar, a risco de ser saqueada por corsários que o podem fazer…e Vossa Alteza será melhor servido e pouco menos vexado e oprimido…foi a despacho para o Provedor de Viana da foz do Lima a fim de tomar o parecer de D. Pedro da Cunha do meu Conselho e presidente da Alçada que por lá andara … lhe parecia por muitas razões que eu lhe devia de conceder o que me pedia e o devia fazer Vila… mandei o Procurador que o Duque tem em meu Conselho… o que fazia a bem da sua justiça… o que todo visto havendo causas e razões alegadas/ey por bem e me apraz de fazer Vila o dito lugar de Esposende e que d’aqui em diante para sempre se possa chamar e chame Vila d’ Esposende e a tiro e aparto de qualquer sujeição e superioridade, que a dita Vila de Barcelos nele tem…”


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