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"Há uma Química que os une!"
Por Ana Maria Pinto (Professora), em 2017/12/06446 leram | 0 comentários | 109 gostam
O Curso Profissional Técnico Auxiliar de Saúde participou na palestra "Bebés, Diabetes, Próteses, Navios e Torres de Refrigeração – há uma Química que os une...”
No âmbito das atividades promovidas na Semana da Ciência e da Tecnologia, os alunos do 1.º e 3.º anos do Curso Profissional Técnico Auxiliar de Saúde (TAS) participaram numa palestra intitulada “Bebés, Diabetes, Próteses, Navios e Torres de Refrigeração – há uma Química que os une...”. Esta palestra, proferida pela Dr.ª Paula Gomes, Professora Associada Agregada, da Faculdade de Ciências, Departamento de Bioquímica da Universidade do Porto, foi promovida pelo Departamento das Ciências Experimentais e pela equipa de professores da Biblioteca Escolar. O convite efetuado à oradora foi motivado, principalmente, pela pertinência e atualidade do tema, aliado ao conhecimento prévio do seu currículo prometedor. Neste contexto, salientamos o facto de a palestrante ser coordenadora do Serviço de Síntese Peptídica da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, Vice-Presidente da Divisão de Química Terapêutica da Sociedade Portuguesa de Química, Secretária da European Peptide Society e Coordenadora do grupo de investigação em Química Bioorgânica e Medicinal.
Durante a palestra, a Dr.ª Paula Gomes, de uma forma explícita e bastante motivadora, explicou determinados conceitos fundamentais para a compreensão da temática alvo de análise.
Como enquadramento introdutório, a investigadora palestrante começou por explicar uma das maiores ameaças atuais em Saúde Pública, o surgimento de bactérias e outros microorganismos patogénicos multirresistentes aos antibióticos convencionais. A este propósito, enfatizou o impacto direto desta situação na eficácia de tratamentos usados contra diferentes infeções, desde uma simples faringite, até situações mais graves, como tuberculose, ulceração crónica do pé diabético, ou mesmo infeções profundas associadas à implantação de próteses dentárias ou ortopédicas. Em qualquer um destes contextos, referiu que um dos problemas mais difíceis de combater são os biofilmes, colónias complexas de bactérias, metabólica e morfologicamente diferentes das bactérias em suspensão isoladas em cultura pura. Estes biofilmes foram caracterizados como “pequenas cidades bacterianas” que se instalam na lesão ou na superfície da prótese e têm grande resistência à desinfeção e à antibioterapia. Na prática médica, salientou-se o facto de os biofilmes poderem formar-se nos dispositivos médicos implantados, tais como cateteres vasculares, podendo estar associados a diverso tipo de infeções. Nos meios industriais esta formação de biofilmes pode provocar, entre outros, a corrosão e a obstrução de tubagens e a contaminação de produtos alimentares. Ainda, se salientou que estes mesmos biofilmes são os responsáveis por surtos de Legionella provenientes de canalizações, sistemas de ar condicionado ou torres de refrigeração, ou, por exemplo, pelo gasto crescente de combustível em navios, à medida que envelhecem.
A palestra para além de abordar esta problemática de grande impacto no âmbito da medicina, permitiu o conhecimento das investigações científicas que estão a ser desenvolvidas para solucionar esta multirresistência aos antibióticos. Neste caso em particular, foi explicada a importância da síntese laboratorial de peptídeos bioativos com função fulcral na prevenção da formação de biofilmes.
No final da realização da atividade, foi possível efetuar a sua avaliação, destacando-se o seu interesse ao nível da aquisição e da atualização de conhecimentos bastante pertinentes, proporcionando-se, simultaneamente, a possibilidade de contactar com uma investigadora de grande importância na comunidade científica.


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