Catarina de Brito que, sem desfalecimento, procura mergulhar os alunos num interesse mágico pela literatura, conduzira as pesquisas sobre os Poetas. Com imensa satisfação, as docentes viram os jovens colocarem questões claras e a propósito. Entre outras: Nuno (11.°A) «O que vos leva a escrever?», ao que a escritora respondeu: “escreve-se por necessidade. Mas o livro tem que ter leitores. A sua função é fazer a ponte entre o escritor e o leitor”. Luís Patraquim: “escrever é visceral (...) pela necessidade absoluta de escrever para viver, quase como um pulsão que o move, embora não esteja preocupado com o leitor." “Quando se escreve, escreve-se sem pensar em quem vai ler”. Beatriz (11.°C): “Quais os escritores que mais vos influenciaram? Encontrei algumas semelhanças da sua poesia com Sofia. Inspirou-a?” A escritora: “sinto-me herdeira de tudo aquilo que li e me tocou, com enorme gratidão por todos aqueles que escreveram antes de mim e por aqueles que ainda escrevem”. L. Patraquim disse que fora tocado, na adolescência, pelos Sonetos de Quental e “antes de tudo deve ler-se, ler-se e ler-se e só depois escrever … sem pensar no leitor, caso contrário não se é autêntico.” O Nuno, de novo: "O seu livro E Todavia tem um sentido otimista ou pessimista?” A poeta respondeu “há sempre uma possibilidade de um momento solar, de um encontro com Outro, pelo qual vale a pena viver. Há que manter o “maravilhamento” face ao Mundo. A Catarina (11.°C) quis saber dos livros de que mais se orgulhavam. A poeta referiu o seu “encantamento” pelo primeiro, por ser o primeiro, pelo último E Todavia, e pelo livro infantil Como Tu. O Tiago (11.°C) perguntou ao poeta: “A expressão mais adequada é, no seu caso, literatura africana ou literatura moçambicana?” e a resposta foi “Literatura africana de expressão portuguesa. Quando não há, na língua portuguesa, uma palavra que expresse esse “maravilhamento” do sujeito face ao Mundo, criam-se palavras ─ efeito de “moçambicanidade” na língua portuguesa.
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