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Jornal da Escola Secundária Henrique Medina
Pesquisa

Prémio Nobel 2015
Por Tiago Gonçalves (Aluno, 11ºC), em 2016/01/18311 leram | 0 comentários | 106 gostam
Na semana de 5 a 11 de setembro foram entregues os Prémios Nobel de 2015. Estes prémios reconhecem e premeiam os indivíduos que fizeram as descobertas mais importantes do ano nas áreas da Física, da Química, da Medicina, da Literatura e da Paz.
Este ano o Prémio Nobel da Medicina foi repartido entre três investigadores (na foto): o irlandês William Campbell, o japonês Satoshi Omurae e a chinesa Youyou Tu. Foram galardoados pelas suas descobertas no tratamento de doenças parasíticas. Citando o comité do Prémio Nobel ‘’Vivemos num mundo biologicamente complexo, não povoado somente por seres humanos, mas também por animais potencialmente fatais para o Homem’’.
No caso de Campbell e Omura, os seus estudos sobre a Cegueira do Rio, a Filariose Linfática, e outras patologias, predominantes em países em vias de desenvolvimento, permitiu-lhes a criação de um novo medicamento, o Avermectin, que tem demonstrado efeitos positivos em indivíduos infetados por estas doenças.
Já em relação a Youyou Tu, a descoberta mais relevante foi a criação de um novo medicamento chamado Artemisinin, que demonstrou elevadas taxas de sucesso no tratamento da malária que mostrará indubitáveis avanços na cura desta patologia.
O Prémio Nobel da Física foi concedido a dois físicos: Arthur McDonald, do Canadá, e Takaaki Kajita, do Japão (na foto abaixo). A sua demonstração de que o neutrino, partícula subatómica, tinha massa, garantiu-lhes o Prémio. Os neutrinos foram alvo da atenção da comunidade científica recentemente, pelo facto do CERN (Centro Europeu para a Pesquisa Nuclear) ter medido estas pequenas partículas a viajar mais depressa do que a luz, o que deitaria por terra a teoria da relatividade de Einstein. Esta informação foi posteriormente desmentida pelo próprio CERN, como tendo sido um erro de cálculo e medição. O que estes dois físicos fizeram foi mostrar que os neutrinos sofriam oscilações entre três ‘’estados’’, na sua viagem entre o Sol e a Terra. Estas oscilações só seriam possíveis se os neutrinos tivessem massa. Foi assim resolvido um dos mistérios da Física Moderna.
O Prémio Nobel da Química foi, este ano, repartido entre três cientistas: o sueco Tomas Lindahl, o norte-americano Paul Modrich e o turco, Aziz Sancar (na penúltima foto abaixo), pelas suas descobertas inovadoras sobre a reparação do genoma. O ADN, presente em todas as células de todos os seres vivos, está constantemente sujeito a agressões do meio ambiente, como a radiação UV e outras substâncias tóxicas, porém a molécula de ADN é intrinsecamente instável.
No entanto, a nossa própria existência é uma prova de que existem mecanismos de reparação, do ADN danificado. Foi este o objeto de estudo de Lindahl que constatou que as moléculas de ADN se degradavam ao longo do tempo. Utilizando bactérias, o sueco, encontrou várias dessas ‘’ferramentas’’ que reparavam o código genético. Já Aziz, descobriu um trio de enzimas que conseguia encontrar e reparar partes da cadeia de ADN afetadas pela radiação UV.
A jornalista e escritora bielorrussa, Svetlana Alexievich (na última foto abaixo), arrecadou, por sua vez, o Prémio Nobel da Literatura. Autora de livros proeminentes sobre a História e colapso da antiga U.R.S.S, foi considerada por muitos a melhor escritora nessa área. É predominantemente conhecida pelos seus livros War's Unwomanly Face (1985), sobre as mulheres soviéticas na II Grande Guerra, Zinky Boys (1989), dedicado à intervenção soviética no Afeganistão, Voices from Chernobyl (1997), que aborda as consequências do desastre nuclear de Chernobyl e o recente O Fim do Homem Soviético, cuja edição portuguesa saiu já este ano na Porto Editora.
Dando voz a centenas de cidadãos, muitos deles desiludidos com a queda da U.R.S.S., esperando a vinda de um novo Estaline, Svetlana mostra como a abertura promovida por Gorbatchov, que levou à queda do Muro de Berlim, é hoje vista pelos russos.
O Prémio Nobel da Paz, que muitas vezes não é atribuído a ninguém, teve como vencedores o Quarteto de Diálogo para a Tunísia. Este é composto por quatro organizações que asseguraram que a Tunísia se mantivesse um país pluralista e democrático, em momentos de crise, após a Primavera Árabe. A Primavera Árabe foi uma onda de protestos e de revoluções que ocorreram em países do norte de África e África Oriental. Houve uma grande revolução na Tunísia, que permitiu alterações de grande relevância para a situação económica e social do país. O Quarteto de Diálogo permitiu a manutenção da democracia na Tunísia, ‘’Através de um processo pacífico e alternativo num momento em que o país estava na eminência de uma guerra civil’’, lê-se no comunicado do comité do Prémio Nobel.

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