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Jornal da Escola C.e. Sesi 344 de Ribeirão Preto
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Metade da água captada em Ribeirão é desperdiçada
Por Igor Schiavoni (Aluno, 1º ano ADM barão), em 2016/04/13398 leram | 0 comentários | 65 gostam
Alerta para 'cultura do desperdício' e falta de investimentos.
Abastecimento é 100% feito por meio da exploração do Aquífero Guarani.
A crise hídrica que atingiu o estado de São Paulo em 2014 causou graves problemas aos municípios e serviu como um alerta ao governo de que melhorias precisam ser feitas antes que a escassez de água seja definitiva. Para especialistas, faltou chuva, mas faltaram, principalmente, investimentos. Enquanto a Região Metropolitana de São Paulo enfrenta um colapso no abastecimento por causa da queda no nível das represas do Sistema Cantareira, o morador de Ribeirão Preto (SP) tem no Aquífero Guarani seu oásis.
O período de estiagem não afetou o fornecimento de água aos 658 mil habitantes. Isso porque a cidade é 100% abastecida pelo maior manancial de água doce subterrânea do mundo. Com 1.150.000 quilômetros quadrados de extensão, o Aquífero Guarani abrange oito estados brasileiros, nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste. A área equivale a cerca de 80% do manancial, sendo usada, majoritariamente, para abastecimento urbano. O restante dele está em terras do Paraguai, Uruguai e Argentina, onde é explorado basicamente para agricultura e turismo.
No Brasil, Ribeirão Preto é a cidade que mais retira água do Guarani. O abastecimento, feito por meio de 103 poços do Departamento de Água e Esgoto (Daerp), capta, em média, 200 mil litros de água por hora. Segundo dados do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), a cidade possuiu 520 poços, somando-se as outorgas concedidas a empresas de diferentes setores.
O Daee, por sua vez, é responsável por conceder a permissão para exploração da água no estado de São Paulo e averiguar se o limite especificado em contrato está sendo respeitado ou se há abuso. É justamente aí que está o problema.
O diretor regional do Daee, Carlos Eduardo Alencastre, avalia que a quantidade de água retirada na cidade é muito grande, principalmente porque muito dela nem chega a ser utilizada. Segundo ele, existem dois tipos de desperdício em Ribeirão Preto - aquele causado pelo sistema de extração da água, que Alencastre chama de perda, e aquele praticado pelo consumidor. Enquanto em Franca (SP), a população sofreu um grave desabastecimento em outubro deste ano devido à queda da vazão do Rio Canoas e do Córrego Pouso Alegre, em Ribeirão Preto 50% da água retirada pelo Daerp sequer chegou às casas. Alencastre diz que o recurso simplesmente se perde pelo caminho devido às falhas na infraestrutura e à falta de planejamento do Daerp. "Todo dia tem notícias falando de vazamentos, alguns que têm meses, outros que têm anos. Isso tem que ser combatido firmemente˜, diz.
Sobre o uso da água pela população em Ribeirão Preto, não há índices, mas o diretor alerta que existe entre os moradores uma cultura de desperdício que precisa ser mudada com urgência, já que o Aquífero Guarani não é uma fonte inesgotável. Atualmente, pode-se afirmar que há um comportamento ostentatório em relação ao aproveitamento do recurso. Desde que começou a ser explorado pela cidade, há 85 anos, o nível já baixou 70 metros. “Nós estamos caminhando para uma situação que pode se tornar catástrofe”, ressalta Alencastre.


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