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Jornal da Escola C.e. Sesi 344 de Ribeirão Preto
Pesquisa

Como reciclar resíduos na construção civil.
Por Carolina Castanheira (Aluno, 6° semestre A), em 2015/11/09165 leram | 0 comentários | 60 gostam
“A sustentabilidade busca o equilíbrio entre o desenvolvimento social, econômico e ambiental da sociedade.“
Assim, a reutilização de resíduos recicláveis poderá ser uma alternativa na busca deste equilíbrio demonstrando a possibilidade de reutilização destes resíduos no contexto empresarial, como por exemplo, a reutilização de madeira e a utilização de resíduos de cascas de mariscos, que estão condicionadas a infraestrutura urbana, regulamentação legal, incentivo ao consumo de produtos reciclados e conscientização para mobilização e participação da sociedade. Além, é claro de que podem resultar em retornos relacionados à economia, com a utilização de embalagens retornáveis ou com o reaproveitamento de materiais nos processos fabris e empresariais.
Diante da escassez dos recursos naturais que estamos vivenciando hoje, a sociedade e as empresas vêm se conscientizando da importância de práticas voltadas para a sustentabilidade e assim surgem questões sobre como a sociedade e as empresas poderão contribuir por esta causa.
Os resíduos sólidos são todos os resíduos no estado sólido ou semi-sólido que resultam de atividades industriais, domésticas, hospitalares, comerciais, agrícolas, de serviços; se fossem reaproveitados, retornariam ao ciclo de produção e substituiria as matérias-primas naturais.
Além disso, os resíduos sólidos advindos de tais atividades podem ser coletados e reciclados, dando origem a outros produtos ou também, a outras fontes de energia; auxiliando ainda na preservação do meio-ambiente, bem como, numa fonte de renda para uma parcela expressiva da população.
Em 2010, iniciou-se a discussão sobre a reutilização de resíduos recicláveis pelas empresas, graças a uma publicação da Lei Federal 12.305, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), definindo princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos.

Este termo ‘desenvolvimento sustentável’ surgiu no final da década de 1970. A expressão foi consagrada na ECO/92 e transformada em princípio. Este princípio procura “conciliar a proteção do meio ambiente com o desenvolvimento socioeconômico para a melhoria da qualidade de vida do homem” (SIRVINSKAS, 2013, p. 139).
Sabado e Farias Filho (2011) ressaltam que o setor produtivo da construção civil vem adotando ações nesse sentido, como forma de melhorar a competitividade. Os autores lembram que a indústria da construção civil ficou conhecida durante muitos anos com provocadora de vários danos no ambiente natural, devido a fatores como: gerando grandes volumes de resíduos e de entulhos; fabricação de cimento, etc. Assim, uma nova forma de construção civil mais sustentável está surgindo e incorporando novas concepções para o setor:

As construções planejadas buscam formas de minimizar os impactos ambientais e fazer com que os imóveis atinjam um patamar de conforto elevado sem que, para isso, tenham que prejudicar o ambiente em que estejam inseridos, além de respeitarem a concepção de desenvolvimento de forma sustentável, recursos como água e a enérgica elétrica, além da manutenção e a obtenção de insumos através de procedimentos de extração e de fabricação, devem ser obtidos a partir a concepção de sustentabilidade ambiental (SABADO e FARIAS FILHO, 2011, p. 32).
Bauer (2013), em Santa Catarina, realizou um estudo sobre as possibilidades de reuso do resíduo de madeira no canteiro de obras e observou que algumas empresas reutilizam a madeira na fundação visto que é um local propício para utilizar a madeira desgastada na fôrma onde pode apresentar pequenas deformações na face do concreto sem afetar o aspecto estético do edifício.
Por sua vez, Lima (2012) demonstrou ser possível a utilização de resíduos de cascas de mariscos devidamente processadas em substituição parcial ou total do agregado miúdo na produção de blocos estruturais em concreto de cimento Portland. O estudo realizado pelo autor demonstrou que os resultados da estimativa de resistência feita com base nos corpos-de-prova demonstraram ser possível a substituição total da areia natural pelo resíduo, e nos ensaios os blocos praticamente atingiram os valores exigidos por norma, apesar do processo precário de fabricação dos blocos, e da pequena quantidade a ser ensaiada.
Contudo, para o sucesso destas propostas dependerá, conforme Baptista Junior e Romanel (2013), da efetiva participação de todos os agentes envolvidos no processo, como o poder público, proprietários, empresas e demais profissionais da indústria da construção civil. Assim, exigem ainda, condições de infraestrutura urbana, regulamentação legal, incentivo ao consumo de produtos reciclados e conscientização para mobilização e participação da sociedade.
Em uma pesquisa realizada por Leite (2012), tendo como foco a análise de 44 programas de implantação de logística reversa no Brasil, permitiu observar que as várias maneiras de elaboração de estratégias, bem como, a busca de agregação de valor de alguma natureza, que satisfaçam aos interesses de sustentabilidade econômica, ambiental e social de empresas modernas, constituem-se em um dos direcionadores de programas de logística reversa examinados.
Porém, é necessário refletir sobre o fato de que mesmo espalhado entre as várias esferas da sociedade, a definição de desenvolvimento sustentável precisa de uma clara delimitação do que se pretende sustentar e de quem terá a responsabilidade sobre essa nova denominação de desenvolvimento. Portanto, surge a necessidade que as empresas e a sociedade, repensem seus modelos de comportamento com relação ao uso dos recursos naturais e processos fabris, de forma que estes estejam orientados pelos princípios da sustentabilidade.
Os resíduos reaproveitados ou reciclados têm várias vantagens sobre as matérias-primas retiradas diretamente do meio ambiente. No lado ambiental a reciclagem dos produtos economiza água e energia para a sua produção, e diminui a poluição gerada por estes resíduos que seriam enviados aos aterros sanitários. No lado social, têm-se uma vida melhor para os catadores de resíduos recicláveis que conseguem mais recursos financeiros.
Mesmo assim, as empresas estão observando que iniciativas relacionadas à sustentabilidade podem resultar em retornos relacionados à economia, com a utilização de embalagens retornáveis ou com o reaproveitamento de materiais nos processos fabris.

Acesso em 09/11/2015 as 13:27 h.
http://jraadv.jusbrasil.com.br/artigos/148847468/reutilizacao-de-residuos-reciclaveis-na-construcao-civil


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