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TRECHOS DISCURSO BENTO XVI AOS PAROCOS DE ROMA - 2
Por Silvério Parada Junior (Leitor do Jornal), em 2013/02/16256 leram | 0 comentários | 137 gostam
Trechos do discurso de Bento XVI aos párocos de Roma - 14/02/13
Outras ideias do Concílio eram princípios de inteligibilidade da Liturgia – ao invés de ficar fechado em uma língua não conhecida, não falada – e também a participação ativa. “Infelizmente – disse – estes princípios foram também mal entendidos”. De fato, a inteligibilidade não significa “banalidade”, porque os grandes textos da liturgia – também nas línguas faladas – não são facilmente inteligíveis, “precisam de uma formação permanente do cristão, para que cresça e entre sempre mais na profundidade do mistério e assim possa compreender”. E também em relação à Palavra de Deus – perguntou – quem poderia dizer que entende os textos da Escritura rapidamente, somente porque está na própria língua? “Só uma formação permanente do coração e da mente pode realmente criar inteligibilidade e uma participação que é mais de uma atividade exterior, que é um entrar na pessoa, do meu ser na comunhão da Igreja e assim na comunhão com Cristo”.


O Papa abordou o segundo tema: a Igreja. Recordou que o Concílio Vaticano I foi interrompido por causa da guerra franco-germânica e assim sublinhou só a doutrina sobre o primado, que foi definida “graças a Deus naquele momento histórico”, e “para a Igreja era muito necessária para o tempo seguinte”. Mas – sublinhou - “era somente um elemento em uma eclesiologia mais vasta”, já em preparação. Assim do Concílio restou um fragmento. E, portanto, já desde o início – disse – havia esta intenção de realizar em uma data a ser fixada uma eclesiologia completa. Também aqui – sublinhou – as condições pareciam muito boas porque, depois da primeira guerra mundial, renasceu o sentido da Igreja em novo modo. Nas almas começa a despertar a Igreja e o bispo protestante falava do “século da Igreja”. Foi reencontrado principalmente o conceito que estava previsto pelo Vaticano I, do corpo místico de Cristo, queria dizer e entender que a Igreja não é uma organização, algo de estrutural, jurídico, institucional, é também isso, mas é um organismo, uma realidade vital, que entra na minha alma, tanto que eu mesmo, com minha alma que crê, sou elemento construtivo da Igreja como tal. Neste sentido, Pio XII havia escrito a Encíclica Mistici Corporis Christi, como um passo rumo a uma complementação da eclesiologia do Vaticano I.


Diria que a discussão teológica dos anos 30 e 40, também 20, estava completamente sob este sinal do palavra “Mistici Corporis”. Foi uma descoberta que criou tanto alegria naquele tempo e também neste contexto cresceu a fórmula “Nós somos a Igreja, a Igreja não é uma estrutura, alguma coisa... nós cristãos, juntos, somos todos o corpo vivo da Igreja”. E naturalmente isso vale no sentido que nós, o verdadeiro nós dos crentes, junto com o Eu de Cristo, é a Igreja. Cada um de nós, não um nós, um grupo que se declara Igreja. Não: este “nós somos Igreja” exige minha inserção no grande “nós” dos crentes de todos os tempos e lugares.


Portanto, primeira ideia: completar a eclesiologia de modo teológico, mas prosseguindo também de modo estrutural, isto é, ao lado da sucessão de Pedro, a sua função única, definir também melhor a função dos bispos, do corpo episcopal. E para fazer isso, foi encontrada a palavra “colegialidade”, muito discutida com intensas discussões, diria, até um pouco exageradas. Mas era a palavra, talvez poderia ser também uma outra, mas servia esta para expressar que os bispos, juntos, são a continuação dos doze, do corpo dos Apóstolos. Dissemos: só um bispo, o de Roma, é sucessor de um determinado apóstolo, de Pedro. Todos os outros se tornam sucessor dos apóstolos entrando no corpo dos apóstolos. E assim o corpo dos bispos, o colégio, é a continuação do corpo dos doze, tem assim sua necessidade, a sua função, os seus direitos e deveres.


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