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Jornal do Agrupamento de Escolas de Sabrosa
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Carnaval antigo
Por Isabel Fernandes (Leitora do Jornal), em 2013/05/08649 leram | 0 comentários | 154 gostam
No dia 25 de Janeiro os idosos da St.ª Casa da Misericórdia de Sabrosa, vieram à nossa escola para nos falar do carnaval antigo.
Os idosos que se deslocaram à nossa escola eram oriundos de Sabrosa, Paradela de Guiães, Fermentões, Provesende, Favaios e Sanfins do Douro, e tinham idades compreendidas entre os 74 e 90 anos.

Como somos muitos alunos e não podiamos participar todos, cada sala escolheu os seus representantes. Assim, os alunos do 1º ciclo estavam acompanhados pela professora Manuela Sousa, que orientou a atividade sobre o tema “Enterro do Entrudo” ou “ O Pai da Fartura”.
O Carnaval em Sabrosa - “faziam marchas pelas ruas e não se podia sair de casa, enfarinhavam as pessoas todas; no domingo usavam – se roupas parolas, velhas e trapos; na terça feira fazia-se o funeral, íamos em cortejo com roupas pretas e chorava-se muito, o entrudo ia no caixão que era feito com palha e ia para perto do cemitério onde era queimado, levavamos a orelha do porco, espetada num pau, o chefe era o meu pai (diz a dona Maria) levava uma bengala cujo forma era enrolada na parte onde se põe a mão”.
Carnaval de Provesende - “as ciganas liam a sina, e diziam “ é filho de Bom Pai e Boa Mãe”
Carnaval de Fermentões - ” usavam roupa velha, porque não havia nova, era festejado por todos, na terça feira os homens vestiam-se de mulheres e as mulheres de homens, assim era difícil reconhecer as pessoas. Havia um pó próprio de “ Mico”, fazia espirrar, quando colocado na mão e se soprava. O pai da Fartura era feito com palha e roupa velha, era transportado num carro de bois e colocado num valado. Atrás do caixão iam as viúvas, a gritar muito com pena da fartura que o marido levava”.
Carnaval de Paradela de Guiães - “ No domingo as raparigas não podiam sair à rua, os rapazes metiam farinha num cartucho e lançavam para as portas que estavam abertas e até entravam. Os donos das casas facilitavam a entrada dos rapazes pela porta traseira para enfarinhar as raparigas, os entrudos pintavam a cara e usavam chocalhos. O” Morto” ia numa carroça com dois bonecos: o gordo e o magro, tendo ao seu lado (o gordo) uma tigela de leite e o (magro) uma sardinha salgada e caldo de couves, só com couves, passava-se da fartura para a miséria, uma sardinha dava para três pessoas.
Na terça feira havia banda de música e dançava-se ao som da música, já havia máscaras de cartão à venda compravam as mais feias que houvesse. O Mascarado levava a “Bexiga do Porco” presa num pau”.
Carnaval de Sanfins do Douro - ” Faziam um cavalinho com a cabeça de burro, punham chocalhos e corriam todas as ruas e deitavam água. As “viúvas” choravam, os estudantes vestiam-se todos chiques com capa e batina, outros vestiam-se de minhotas e era um desfile bonito e tocavam as concertinas, na terça queimava-se o entrudo, antes lia-se a sentença e fazia-se o julgamento, sobre as pessoas da aldeia e simulava-se o ofício dos defuntos, neste dia queimava-se tudo o que havia de mau.


Centro Escolar Fernão Magalhães
Os meninos da Sala M1, M2

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