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Jornal da Escola Secundária de Rocha Peixoto
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"Gaiola Dourada" com som diferente!
Por Albina Maia (Professora), em 2013/12/30481 leram | 0 comentários | 163 gostam
No âmbito do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, a ZON Audiovisuais promoveu duas sessões de cinema, especialmente direcionadas para pessoas com Surdez ou Cegueira.
No passado dia 4 de dezembro no Porto e no dia 5 de dezembro em Lisboa, numa combinação de audiodescrição, audiolegendas, legendagem em Português e Interpretação em Língua Gestual Portuguesa, foi apresentada uma versão inclusiva deste filme com características de acessibilidade para todos, independentemente das limitações visuais ou auditivas.
A Interpretação em Língua Gestual Portuguesa teve como objetivo gestualizar todos os diálogos que iam acontecendo na tela para que o Surdo pudesse acompanhar o enredo. Mas, ao contrário do que acontece na televisão, a Intérprete de Língua Gestual Portuguesa, não estava na “janelinha”, mas do lado direito, numa posição de destaque e num tamanho comparável ao de um écran normal de cinema!
A audiodescrição, vocacionada para pessoas Cegas ou Amblíopes, caracteriza-se por uma voz narrativa que acompanha as ações que vão decorrendo durante o filme. Descreve o que se passa no écran, as paisagens, as cores, o que cada personagem está a fazer, o que está a sentir, o que está a expressar, com um tom de “quem conta histórias”. Apresenta também audiolegendas em Português.
Quando entrei na sala, não imaginava o tipo de experiência que me seria proporcionada. As pessoas foram entrando na sala, conversando animadamente, verbal ou gestualmente. Os Surdos, animados como sempre, deram à sala uma agitação invulgar, numa profusão de mãos esvoaçantes!
Logo de seguida chegavam os Cegos, ora segurando o cotovelo do seu acompanhante, ora guiados pelos seus cães guias. As conversas eram agora entremeadas de alguns latidos, logo seguidos de advertências “calma, Ninja”, “quieta, linda”.
O filme, cuja ação decorre num dos melhores bairros de Paris, apresenta-nos Maria e José Ribeiro, que vivem há cerca de 30 anos na casa da porteira no rés-do chão de um prédio da segunda metade do século XIX. Este casal de imigrantes portugueses é querido por todos no bairro: Maria uma excelente porteira e José um trabalhador da construção civil fora de série.
Com o passar do tempo, este casal tornou-se indispensável no dia a dia dos que com ele convivem. São tão apreciados e estão tão bem integrados que, no dia em que surge a possibilidade de concretizarem o sonho das suas vidas, regressar a Portugal em excelentes condições, ninguém quer deixar partir os Ribeiro, tão dedicados e tão discretos. Até onde serão capazes de ir a sua família, os seus vizinhos e os patrões para não os deixarem partir?
Não percam o desenrolar desta história com um enredo tão simples, mas que nos oferece momentos de emoções profundas, mais sentidas por quem, como eu, conviveu com a realidade dos familiares imigrantes.
Ângela Teixeira – Assistente Técnica - ESRP

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