Panorama
Jornal da Escola Secundária de Rocha Peixoto
Pesquisa

A Rocha – Ano 51
Por Albina Maia (Professora), em 2013/06/281937 leram | 0 comentários | 1279 gostam
Projeto da turma de Animação Sóciocultural -“A Rocha – Ano 51” - os significados da escola
Na disciplina de Área de Estudo da Comunidade, módulo 5 “A escola no desenvolvimento social e pessoal”, analisamos as funções da escola sob o ponto de vista de alunos, professores, funcionários, pais, instituições, autarquias e da sociedade. Para avaliação, a professora propôs à turma que trabalhássemos este tema no projeto “A Rocha – Ano 51”, tendo como mote o significado que a escola tem para as pessoas. Este trabalho lançou-nos o desafio de refletir sobre qual a importância que a escola, uma escola – esta escola, tem na nossa vida e da generalidade das pessoas. “Qual é a missão da Escola?” esta foi a pergunta inicial para todos os grupos a partir da qual tiveram que elaborar a sua própria pergunta-orientadora, como por exemplo: “Para que serve a escola?”; “Quais são os aspectos bons e menos bons da Rocha?”; “O que pensa da Rocha?”, entre outras…Com essas perguntas, partimos para o contacto com as pessoas: pais, irmãos, amigos, desconhecidos… e também recolhemos alguma opiniões dentro da nossa escola, sendo este o local onde foi mais difícil obter respostas. Terminado o processo de recolha, os grupos organizaram ideias e propuseram intervenções plásticas de modo a divulgar as opiniões (cuja concretização foi avaliada no módulo 8 da disciplina, “Projeto Comunitário II).
Quando expusemos os trabalhos percebemos que o trabalho feito não traduzia as nossas intenções – os comentários que nos chegaram, sobretudo de outros alunos, mostravam algum desconforto e desagrado ao mesmo tempo que também recebemos palavras pela “coragem”. Mais do que gerar a polémica que se verificou, o propósito era percebermos, enquanto Animadores, como usar a interrogação, o espaço público e a expressão plástica para intervir num grupo – o facto de termos de fazer uma única questão, não usarmos inquéritos tradicionais e mostrarmos a nossa recolha de uma forma não convencional foi difícil; tinha sido mais fácil fazer um powerpoint, um vídeo, um relatório, um teste… Tudo para percebermos que antes de mudarmos o mundo, devemos mudar-nos a nós próprios! Enquanto jovens, somos levados muitas vezes a desvalorizar o percurso e os espaços de educação e aprendizagem – família, escola… Como Animadores, compete-nos desafiar as mentalidades (a começar pelas nossas), questionar ideias feitas e propor a todos que se confrontem com a realidade, provocando cada um para a participação comprometida, começando pela participação na própria escola.
Foi então que surgiu a proposta da realização do debate com dois representantes de todas as turmas da escola com o tema “E tu? O que pensas sobre isto?”. O debate foi muito informal, a turma dos Animadores sentou-se no chão, só estava um professor e todos os alunos tiveram a oportunidade de falar. Nós, Animadores, também tivemos a oportunidade de, ao abrir o debate, falar dos trabalhos em geral, do nosso propósito, e mostrar aos colegas todas as perguntas que orientaram os nossos trabalhos – para os Animadores da Rocha foi um momento muito sério de aprendizagem a partir da explicação à escola do significado dos nossos trabalhos.

Os Animadores têm como princípio de ação a liberdade – de adesão, de pensamento, de expressão… - pelo que todas as opiniões que recolhemos, antes e depois, exibem um lado obscuro e outro luminoso. “A Animação sociocultural tem que regressar ao caminho da participação, contribuindo para a construção de pessoas, associações, sociedades e comunidades mais autónomas – não insolidárias – e unidas em projectos e objectivos comuns” diz-nos Marco Marchioni (2012). Isto foi o que quisemos fazer na nossa escola. Segundo Marchioni a participação é o elemento chave para o futuro da ASC e, de facto, esta intervenção dos Animadores da Rocha na escola acabou por dar lugar a um momento alternativo de expressão de opinião para os alunos.

A forma como este trabalho se desenvolveu e o que desencadeou representou um desafio para nós, alunos e aprendizes de Animação Sociocultural; ficamos a saber que devemos estar atentos à necessidade de reformulação de estratégias de modo a acompanhar os interesses e as necessidades dos grupos com quem trabalhamos para arranjarmos novas metodologias que despertem a curiosidade e o interesse do público pelas atividades/projetos propostos. O Animador deve promover o desenvolvimento dos grupos de forma a poder melhorar aquilo que eles acham que não está tão bem; isto não significa que depois desta exposição tudo vai mudar – nem sequer é preciso mudar tanto assim, como nos disseram os colegas no debate! Como Animadores este trabalho serviu para nos “dar voz” e também para dar “voz” aos nossos colegas; fazê-los sentir que foram ouvidos e para terem a noção que sobre a escola existem opiniões completamente diferentes.

Gostaríamos de pensar que promovemos o envolvimento dos alunos na melhoria da escola e na compreensão da identidade da Rocha Peixoto. Afinal, “A Rocha – Ano 51” só pode acontecer porque estudamos numa escola democrática – de todos para todos. E sem democracia, não há Animação Sociocultural.

Alison Pinto, Ana Silva, Catarina Craveiro, André Gomes, Cristiana Domingues, Magda Coelho, alunos do 11ºQ CP Animador Sociocultural


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