Olhar geográfico sobre os incêndios florestais | |
Por Biblioteca António Nobre (Administrador do Jornal), em 2017/10/08 | 206 leram | 0 comentários | 64 gostam |
Eis um trabalho sobre uma temática bem atual ! | |
1. Até que ponto os incêndios deste verão foram dramáticos? Muito, em termos de área ardida - 213 mil hectares, valor mais elevado dos últimos 10 anos, embora se recuarmos 20 anos tenha sido o terceiro valor mais elevado - mais 400 mil hectares em 2003 e mais de 300 mil hectares em 20051. Muitíssimo, do ponto de vista de vidas humanas (mais de 60 mortes, contra 18 de 2003 e 9 de 2013). 2. Que área do país foi mais fustigada? A área do país mais fustigada foi a zona centro, principalmente os distritos de Castelo Branco, com 37234 hectares de área ardida, e o de Santarém, com 35937 hectares ardidos. 3. Qual a relação dos incêndios florestais com… a evolução da distribuição da população? / …o clima? / …a política energética? / …a agropecuária? • População - Com o passar dos anos, registou-se despovoamento de muitas áreas, especialmente no interior, e, por consequência, essas áreas ficaram mais desprotegidas e sem cuidar a floresta, o que leva a que os incêndios se propaguem mais facilmente. • Clima – No presente século, por comparação com os trinta últimos anos do século XX, têm-se registado temperaturas de verão mais elevadas, principalmente as máximas, e precipitação inferior aos valores médios do referido período, o que se traduz em seca severa e extrema na maior parte do território, favorecendo os incêndios e a sua propagação. Igualmente, ondas de calor de vários dias e ventos fortes são circunstâncias facilitadoras da propagação dos incêndios. • Política energética – um dos vetores da política energética nacional tem sido as energias renováveis. Esta aposta pode potenciar as bioenergias, o que resultaria num maior aproveitamento da biomassa para a produção energética, contribuindo para a limpeza da floresta. • Agropecuária - As práticas agropecuárias atuais não recorrem tanto ao mato para a “cama” do gado como no passado, o que faz com que esse mato permaneça nas florestas, facilitando a propagação do fogo; a falta de pastorícia também não ajuda a “limpar” matas e florestas. 4. Em que medida Portugal se destaca pela negativa no contexto europeu? Em termos absolutos, considerando a média 2005-2014, Portugal foi o 3º país europeu com maior área ardida (1º Federação Russa e 2º Espanha) e em número de fogos ficou em 1º lugar (20908 contra os 19900 da Federação Russa e os 14612 de Espanha); Em termos relativos, nesse mesmo período, Portugal foi o país da Europa com maior percentagem de área ardida face à superfície global do país. 1 Salvaguarda-se, porém, o facto de não serem coincidentes nos dados as fontes referentes aos 10 últimos anos e aos 20 últimos anos, respetivamente Relatório Provisório dos Incêndios Florestais e Relatório do Estado do Ambiente. Fontes consultadas: • UE (2016) - Forest Fires in Europe, Middle East and North Africa, 2015 • ICNF (2017), Relatório provisório de incêndios florestais, 01 jan. a 31 agosto 2017 • Agência Portuguesa do Ambiente (2016) – Relatório do Estado do Ambiente 2016 (capítulo 43) • IPMA (2017), Boletins Climáticos de junho, julho e agosto de 2017 Trabalho desenvolvido nas aulas de Geografia A pelo 11ºD, principalmente pelos alunos… nº 3 - Cláudia Sofia Persaud da Silva nº 5 - Diogo Pinto da Silva nº 9 - Guilherme Gil Andrade Dias dos Santos nº 24 - Tatiana Sofia Dourado Gonçalves | |
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