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Atividades extracurriculares
Por Biblioteca António Nobre (Administrador do Jornal), em 2016/05/23237 leram | 0 comentários | 79 gostam
O que pensam os pais das atividades que a escola propõe aos seus filhos? Eis o testemunho de Vitor Beco

Na escola secundária da Boa Nova, como encarregado de educação, fui verificando que as atividades extracurriculares, desenvolvidas pelos alunos, tornam a escola melhor do que era algumas décadas atrás.
Algumas das atividades que presenciei ou de que tomei conhecimento foram: os concursos de leitura, as olimpíadas de matemática, a leitura continuada dos Lusíadas, a participação no PEJ, as peças de teatro e os diversos espetáculos acompanhados de jantares com pais e professores.
Não é por serem “engraçadas”, ou porque ocupam o tempo, que merecem ser apoiadas. Pelo contrário, estas atividades por vezes geram sobrecarga, e mesmo sobreposição com áreas desenvolvidas fora da escola como, por exemplo, os desportos ou atividades ligadas à música ou à dança. Contudo, apesar do necessário trabalho extra, permitem desenvolver nos alunos a responsabilidade, a curiosidade e a estabilidade emocional.
A realização de eventos pelos alunos torna-os mais responsáveis, é grande o seu empenho para que tudo corra o melhor possível. Reúnem-se dentro e fora da escola para preparar vídeos, músicas, danças, representações, conferências ou leituras. Partilham e aconselham-se com professores e pais, cativando-os para uma presença no espaço escolar fora de aula, numa mistura intergeracional.
Os outros animais adestram-se. No homem a possibilidade e a necessidade de se educar tornam-no diferente. O homem é um ser inacabado, que se acaba socializando, fazendo, existindo. Assim, a componente expositiva da escola é insuficiente.
A formação deve potenciar o sentido de autonomia e fornecer as “ferramentas” para o indivíduo ter a possibilidade de reclamar e usufruir a liberdade. Por outro lado, as capacidades acima referidas contribuem para a afirmação da vontade de viver e da vontade de criar.
Vítor Beco


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