| O Dia Mundial da Filosofia foi instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O objetivo é, por um lado, reconhecer a importância de um saber específico na sua dimensão crítica e interpelativa sobre o mundo. Por outro, alertar que esta atualidade, sempre vigente, radica numa postura de intervenção e de empenhamento por causas e projetos que forcem a realidade a transformar-se. Aqui não se trata de uma opção, mas de uma atividade inevitável, conduzida – como dizia Aristóteles – pelo espanto, uma espécie de assédio intelectual perante a urgência de pensar o pensado. A Filosofia perdeu há muito o centro – privilegiado - da racionalidade, libertou-se desse núcleo redutor, ganhando outra eficácia ao integrar-se numa prática dialógica com todas as outras áreas disciplinares. Se quisermos encontrar para a Filosofia o reforço de uma vocação, estará nessa comunicação de saberes e na consciência da especificidade que torna o seu discurso uma problemática indelevelmente única. É possível afirmar, com o filósofo Daniel Innerarity, que “o fim da evidência e da visibilidade banais são correspondentes ao reconhecimento da plurissignificação do real.” |
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