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A Creche do Papai
Por Escola Integrada (Professora), em 2016/03/124935 leram | 0 comentários | 209 gostam
Um filme de ficção que provoca humor, mas que retrata a situação de muitas creches e escolinhas de educação infantil pelo Brasil. Veja quais as semelhanças com as escolas que conhecemos atualmente.

     O Filme A Creche do Papai é uma comédia que se passa em um ambiente familiar e escolar. Charlie vive com a esposa e o filho Ben, de cinco anos, que é cuidado por sua mãe Kim, que por sua vez, pretende voltar a trabalhar. Preocupados em escolher a escolar ideal para seu filho, a família acaba optando por matriculá-lo em uma escola tradicional e rígida, a Academia Champman. Apensar da preocupação da família, Charlie, em uma reunião escolar, demonstra total desconhecimento sobre o que é a educação infantil e sua importância para o desenvolvimento da criança, pois ele diz que a única coisa que uma criança sabe fazer na escolar é brincar de montar. Nesse sentido podemos dizer que Charlie, assim como muitos pais, pensam que a escolar é um lugar para apenas cuidar da criança e não um lugar para educar.

      Charlie trabalhava em uma fábrica de cereais, demitido, a vida financeira da família se complica, obrigando os pais a transferirem Ben para uma creche mais acessível financeiramente. A precariedade da escolar faz Charlie acreditar que ele não deve manter seu filho na instituição, pois a creche não apresenta nenhuma condição de funcionamento. Ainda sem emprego, Charlie e seu amigo Phil resolvem cuidar dos filhos em casa. Até que em uma ida a um parquinho e uma conversa com outras mães surge a ideia da criação de uma creche no bairro. Charlie e Phil se animam e decidem abri uma creche mesmo não possuindo formação específica na área educacional. Eles fazem a divulgação no bairro e assim criam a Creche do Papai que atende crianças na faixa etária dos cinco anos em um total de 14 alunos.

      Inicialmente Charlie e Phil ficam atrapalhados em relação aos cuidados com as crianças. O filme mostra o exemplo de uma criança que vai a escola pela primeira vez, naturalmente ela chora, pois ela foi inserida em um ambiente novo com pessoas desconhecidas, Phil, desconhecendo as necessidades das crianças e sem saber como lhe dá com a situação, dá a criança um dólar para ela parar de chorar. De forma nenhuma essa seria uma atitude aceitável na vida real. Vale lembrar que o filme é uma ficção com a intenção de provocar risos.

      Em outra situação, durante o almoço é servido para as crianças vários doces e alimentos que são considerados não saudáveis e as crianças ficam agitadas, desobedientes, consequentemente a casa vira uma bagunça, e uma criança chega a beber detergente. Outra situação que mostra o total despreparo dos monitores é quando um garotinho pede pra ir ao banheiro, porém ele ainda está em fase de desenvolvimento e não soube usar o vaso sanitário, mesmo assim ele foi deixado sozinho no banheiro, não houve um profissional presente que estimulasse a autonomia da criança, pois estimular uma criança não é deixa-la ir ao banheiro sozinha quando ela ainda está em fase de adaptação.

      Estas cenas provam que ser pais de uma criança não os qualificam para exercer a profissão de professor ou monitor, e deixa claro a falta de habilidade para cuidar dos alunos da educação infantil. Mesmo se levarmos em consideração que a formação de um profissional não se da apenas academicamente, mas também através da experiência, devemos ter me mente que o professor é um profissional de educação que precisa de formação, ser competente e possuir as habilidades necessárias para assim contribuir de forma significativa no desenvolvimento pleno da criança.

      Em outra situação do filme, uma mãe vai a escola buscar seu filho, nesse momento ela conhece Marvin e pergunta se ele é o novo papai da creche. Esta situação evidencia que por muitas vezes os pais veem os funcionários apenas como cuidadores e não como educadores. Pode-se fazer uma comparação aqui com a fase em que a educação infantil era vista apenas como guardiã ou assistencialista, em que a escola era vista como um local onde deixar os filhos e não um ambiente educativo.

      Em outro momento do filme, os personagens reconhecem que não tem as competências necessárias para exercer a função de educadores. Charlie reconhece que não basta apenas cuidar das crianças, mas que era necessário estimular a mente delas. Esse pensamento deixa claro que há uma autoanálise de Charlie sobre suas ações e mostra uma mudança de pensamento em relação à cena inicial em que Charlie participa de uma reunião escolar e diz que crianças vão à escola só para brincar de montar.

      Em outro momento do filme, a creche desperta a ambição e inveja na antiga escola de Ben e a diretora acaba chamando o Juizado de Menores. Após a fiscalização para verificar se a creche obedecia as normas legais para seu funcionamento, foi constatado que haviam várias infrações , por exemplo, ter mais de cinco crianças por monitor, então foi decidido que a creche não poderiam mais exercer tal atividade, pois o espaço não comportaria todas as crianças, sendo assim, foram em busca de um novo espaço. A creche estava localizada em uma residência adaptada para a moradia e não para um espaço escolar, não respeitava algumas das normas escritas no Plano Nacional de Educação, como por exemplo como banheiros adaptados, divisão das crianças em classes, sala de descanso ou refeitório, etc.

       Charlie e Phil reconhecem que os métodos utilizados para cuidar das crianças são ineficazes, eles reconhecem a necessidade de melhorar a estrutura da creche e de uma planejamento para uma melhor execusão das atividades, entendem que educar uma criança vai além dos cuidados.

      Embora não seja mostrado no filme o processo, é possível perceber o avanço de Charlie e Phil. Após as adequações necessárias houve uma mudança de comportamento de Charlie e Phil, eles passaram a elaborar várias atividades educativas como passeio ao parque, dia do animal domestico na escola, leitura, teatro de fantoches, etc.

      Uma atividade acertiva dos pais é a musicalização infantil. Charlie e Phil foram bem sucedidos ao inserir músicas para as crianças. A musicalização infantil pertence da parte diversificada do currículo. Em outro momento podemos perceber que os monitores tem propostas de atividades recreativas que contribuíram para o desenvolvimento dos alunos e aos poucos a creche começa a ser bem sucedida.

      Podemos perceber em vários momentos do filme uma reflexão, de Charlie e Phil, em relação ao papel de educador. Se inicialmente eles achavam que para ter abrir uma creche bastava serem bons pais, posteriormente esse pensamento caiu por terra, ambos entenderam eles não eram capacitados para atual na área educacional, perceberam que o exercício da docência não é uma tarefa fácil.


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