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ENTREVISTA COM O PREFEITO DE RESTINGA SÊCA
Por Cristina Machado Severo (Professor), em 2019/03/26373 leram | 0 comentários | 86 gostam
Paulo Ricardo Salerno, 35 anos, atual prefeito de Restinga Sêca, foi entrevistado pelos alunos da Classe de Aceleração da E.M.E.F. Dezidério Fuzer a respeito de sua história no município e sobre suas perspectivas para o futuro.
Jornal da D.F.: Qual a sua cidade natal?
Prefeito: Restinga Sêca, nascido e criado. Estudei na E.E.E.F. Francisco Manuel e, depois, no Colégio Politécnico. Em seguida, cursei Agronomia, na UFSM, e Direito, na Fames.
Jornal da D.F.: Como começou sua carreira na política?
Prefeito: Minha vida pública começou muito cedo, aos quatro anos de idade, acompanhando meu pai quando ele foi candidato a vereador. Sempre gostei da vida pública. Fiz parte de movimento estudantil da Universidade, fui tesoureiro da Cooperativa dos Estudantes em Agropecuária de Santa Maria, e, também, fui coordenador geral do DCE. Paralelamente, fiz a militância político-partidária, dentro da Juventude do PMDB. Em 2004, aos 20 anos, decidi ser candidato a vereador e fui eleito. Desde então, participei de todas as eleições. De lá para cá, fui vice-prefeito, depois, candidato a prefeito em 2012 e em 2016, quando ganhamos a eleição, então, vamos até 2020.
Jornal da D.F.: Você tem algum fato marcante na sua vida em Restinga Sêca? Por que ele foi marcante?
Prefeito: Fiquei muito emocionado quando fui eleito prefeito, pois quem está na vida pública e que gosta, que participa, sempre tem essa pretensão, de quem sabe, um dia poder governar seu município. Ser gestor público não é fácil, mas a gente procura desempenhar da melhor maneira possível nessa função. Tenho o maior orgulho de dizer que sou prefeito, que estou prefeito nesse período, depois, vou contar que passei por essa experiência. Sempre lembrando que não é algo que construí sozinho, preciso dos demais para poder construir, seja o mandato, seja a eleição, a população nos dá essa oportunidade e a gente tenta fazer o melhor.
Jornal da D.F.: Como o senhor se sentiu no momento em que recebeu a notícia de que seria o próximo prefeito de Restinga Sêca?
Prefeito: Inicialmente, muita felicidade, a gente ri, chora, fica feliz... Vários sentimentos misturados. Mas, depois, também, a responsabilidade de ser o gestor do município, de ter um orçamento nas mãos, ter pessoas que tem que gerir, pois a Prefeitura é o maior empregador do Município, então, você tem uma responsabilidade grande com os servidores públicos, pois você trabalha com algo que é dos outros, que não é seu. É uma empresa, mas é de todos, tem muita responsabilidade em gerir um recurso que não é seu.
Jornal da D.F.: Qual era seu principal objetivo ao se tornar prefeito de Restinga Sêca?
Prefeito: O objetivo de quem coloca seu nome à disposição para ser prefeito é de fazer uma gestão que possa equilibrar as questões sociais, econômicas, o desenvolvimento da cidade, as questões ambientais, a saúde. O Sistema Único de Saúde funciona em função das ações do município, pois, se dependesse do Governo Estadual e Federal, não teríamos o SUS funcionando. Há muitas dificuldades, mas temos tido boas experiências em função da gestão da saúde, porque, como presidente da EBCENTRO, e há dois anos, como presidente do Consórcio, no período de dois anos, que congrega os municípios da Região, pôde se acompanhar muitas coisas interessantes. Ontem mesmo, estávamos em Porto Alegre, em uma discussão sobre o Hospital Regional, que fica em Santa Maria, atualmente, ele trabalha só como ambulatório de doenças crônicas, parece pouco que ele tenha só duzentos leitos para internar, mas asse ambulatório é um diferencial no país, uma experiência no SUS completamente inovadora, que, se der certo, se continuar, se tivermos condições financeiras de manter esse trabalho, com certeza, será uma mudança de paradigma em relação ao serviço público, na área de saúde para toda nossa Região, para o Estado e para o País, em função da experiência. Os objetivos são vários, mas o principal é contribuir de uma maneira responsável e equilibrada. Fazer com que a comunidade possa se sentir parte da gestão municipal.
Jornal da D.F.: Como era a cidade antigamente?
Prefeito: A cidade mudou bastante em alguns aspectos, ela cresceu bastante. Há pessoas que conheceram a cidade quando no meio tinha um açude, a região era toda composta de campo, na época em que essa escola foi construída (o atual prédio da prefeitura). Hoje, temos prédios modernos, mais altos, o comércio desenvolveu bastante. Na Avenida, por exemplo, o comércio se concentrava mais na região central da Avenida, hoje, o comércio está espalhado em quase toda sua extensão. A Prefeitura era lá onde hoje é o Parque de Máquinas, depois ela veio para o atual prédio. As escolas novas, a Escola Érico Veríssimo ocupou, depois a Francisco Manuel teve um prédio novo, quando eu estava na quinta série, fui estudar no prédio novo na Francisco Manuel, mas estudei, ainda, lá onde é a Érico Veríssimo, então muitas coisas foram mudando. Lá onde é o Bela Vista, havia um açude, hoje, não há mais, a área já se transformou, há um loteamento.
Jornal da D.F.: Você vê semelhanças de como era Restinga antes e como é Restinga hoje?
Prefeito: Acho que sim, a gente preserva muitas tradições, muitas características de tempos atrás. Mudou no sentido de que a cidade cresceu, tem uma população um pouco maior, estabilizada, mas, na nossa essência, continua uma cidade pequena, de interior, pacata em certos aspectos. É possível olhar pela janela e ver muito verde, incentivamos a população a preservar o meio ambiente.
Jornal da D.F.: Como eram os carros e o trânsito?
Prefeito: Eu não peguei o tempo em que se usava mais carroça. A cidade cresceu, o número de veículos, comparado com o passado é maior, hoje, há mais facilidade para comprar um carro, acesso ao crédito, financiamentos. Atualmente, na Avenida, há dificuldade para estacionar, é uma questão que já se debate, estamos analisando quais ações poderiam ser tomadas para melhorar a questão de estacionamento, talvez, estacionamento rotativo... É uma cidade pequena, mas que cresce, com certeza.
Jornal da D.F.: Como eram as construções?
Prefeito: Tínhamos mais casas de madeira, hoje em dia, temos a maioria em alvenaria, até porque a madeira está mais onerosa. Não se tem mais acesso facilitado à madeira de lei, que era utilizada para construir as casas. Temos mais prédios.
Jornal da D.F.: Como as pessoas se divertiam? Futebol de salão, nos anos 90, jogava-se em uma quadra de cimento, ao lado da Igreja católica, eu ainda conheci, não tinha o ginásio, hoje é um estacionamento. Reuniam-se na avenida, iam a bailes, o clube já foi bem mais forte. O que se percebe é que mudaram nossos hábitos. Hoje, o celular tira mais tempo do que qualquer outra coisa. O avanço tecnológico é bom, mas diminuiu o contato entre as pessoas. Com certeza, as pessoas se reúnem menos do que em outra época, para ir na avenida, numa festa. Para assistir a um filme, você não vai mais na locadora, você tem uma TV por assinatura, ou vai no Youtube... Pensando no lazer dos restinguenses, a Estação está sendo reformada, já foi trocado o telhado, e tem projeto de instalar, lá, uma biblioteca municipal, haverá um espaço para audições musicais da Escola Música ou de bandas.
Jornal da D.F.: Quais são suas expectativas para o futuro? Como você vê Restinga daqui a 60 anos? Como espera continuar contribuindo com a cidade?
Prefeito: Minha perspectiva para futuro do Município é muito boa, otimista. Acho que temos tudo para crescer muito, para fazer a diferença na Região, no Estado. Estamos recebendo grandes investimentos financeiros, sobretudo, na região do Recanto do Maestro. Hoje, lá, estamos recebendo o investimento da construção do resort com parque termal, tem mais de cem milhões de Reais investidos, uma nova Torre para o Hotel Beira Rio, a Faculdade Antônio Menegheti se expandindo, está com dez mil alunos e vai se expandir ainda mais, novos cursos estão para chegar. A fábrica de azeite de oliva, que já tem a produção hoje lá. Já tem 40 hectares plantados, muita gente do interior está querendo investir, querendo plantar para revender. Então, tem uma perspectiva de mudança, inclusive, da nossa matriz econômica, não só ficarmos dependentes da lavoura ou das indústrias que temos aqui, mas, também, ter uma vocação turística. Esse parque termal vai abrir portas para o município se tornar uma referência na Região e no Estado. Então, daqui a 60 anos, vamos estar bem diferentes, do que estamos hoje. Penso que daqui a dez anos já vamos sentir muito dessa diferença. Mas, para isso, nós, também, precisamos melhorar, precisamos nos fortalecer e nos formar. Quem tem negócio, precisa investir na formação de seus funcionários, para atenderem bem, mudar a perspectiva de atender só quem é daqui, começar a receber bem as pessoas. Estamos trabalhando, também, na questão de buscar rotas turísticas, envolver o resto da comunidade, em questão daquilo que vai acontecer ali. A perspectiva inicial é de que se receba, durante a semana, mil turistas, e nos finais de semana, dois mil, no início. Então, vocês projetem para daqui a dez ou quinze anos, receber muito mais gente. Hoje, no Recanto, já se recebe muita gente, mas, não se vê devido à distância da sede, mas está consumindo aqui, está gerando impostos, hoje, o Recanto Maestro é o maior contribuinte em termos de geração de impostos sobre serviços, que é um imposto próprio, ISSQN, Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, vem para o Município de Restinga, diretamente na fonte. Então, podemos manter o Município com as contas em dia em função do desenvolvimento que ocorre naquela região. A perspectiva é muito boa. Em relação a continuar contribuindo, eu gostaria, eu sei que vou passar, estou prefeito até 2020, posso ser candidato à reeleição, não sei, mas não sei se serei reeleito. Se for, serei com muito orgulho, novamente. Se não for, continuarei trabalhando na iniciativa privada, na vida pública, nos meus negócios, e vou seguir ajudando o município da melhor maneira possível, sempre, e espero, daqui a 60 anos, estar aqui.

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