Jornal Cordovense
Jornal Online da Fregesia de Monte Córdova
Pesquisa

ROMEU TORRES EM DESTAQUE NO BAHRAIN
Por Luisfilipe Maia C.p.n-1393 (Administrador do Jornal), em 2015/05/17173 leram | 0 comentários | 11 gostam
Os primeiros pontapés na bola foram dados aos seis anos no Monte Córdova, em Santo Tirso. O primeiro treinador foi o pai e a experiência correu tão bem que aos oito foi para o Paços de Ferreira.
Por lá passou por todos os escalões de formação antes de fazer a estreia na Liga. Falamos de Romeu Torres, avançado português que aos 28 anos se sagrou campeão pelo Al Ahli, na 2.ª divisão do Bahrain.
«Os dias no Bahrain são muito tranquilos. O país é muito bonito e as pessoas são bastante simpáticas. Aqui os clubes treinam só ao fim da tarde devido ao forte calor que se faz sentir. No verão as temperaturas chegam facilmente aos 45.º C», começa por descrever Romeu.
«A temporada correu muito bem. A nossa equipa foi campeã e eu fui o melhor marcador com 15 golos em 16 jogos. Neste momento estou a estudar a proposta de renovação, mas em princípio vou continuar», acrescenta.
O Bahrain é um pequeno estado insular do Golfo Pérsico, com fronteiras marítimas com Irão, Qatar e Arábia Saudita. A população vive de acordo com os dogmas da religião muçulmana e as «mulheres usam na sua maioria burca ou lenço na cabeça». Romeu acredita que apesar de existiram algumas restrições, o Bahrain é «um dos países mais liberais do Médio Oriente».

A língua não foi um entrave, até porque «noventa por cento das pessoas fala inglês». E árabe? «Só mesmo umas palavrinhas», atira entre risos.
A aventura que começou há dois anos conta já com alguns episódios marcantes. O título conquistado esta temporada é um dos melhores momentos e o primeiro treino em solo asiático é algo que jamais irá esquecer. Tudo porque se despiu nos balneários em frente aos seus companheiros. Uma «coisa perfeitamente normal» em Portugal.
«O final do primeiro treino no Bahrain é talvez a história mais caricata que me aconteceu aqui. Estava a despir-me para tomar banho e começam todos a berrar comigo sem eu perceber o motivo. Foi surreal. Depois lá me explicaram que aqui ninguém se despe à frente de outras pessoas. Todos tomam banho em cabines individuais», recorda.

Encher o depósito do carro com...seis euros

O Bahrain assume-se como um dos principais centros financeiros e comerciais do Médio Oriente. A produção e refinamento de petróleo tem um papel preponderante na sua economia, contribuindo de forma preponderante para o dia-a-dia dos cerca de um milhão e trezentos mil habitantes. O avançado português garante-nos que a qualidade de vida é «muito boa» e que não existe aquela ideia de classes e estratos sociais.

«Aqui a maior parte das pessoas vive bem. É muito raro ver alguém a pedir nas ruas. Não existem impostos e penso que é aqui que reside a principal diferença. Os preços da eletricidade e da água são muito mais baixos e a gasolina nem se fala. Para encher o depósito de um carro bastam seis euros! Acredito que seja difícil de acreditar para quem vive em Portugal».

Saudades da família e do frio

Romeu sente-se perfeitamente adaptado à nova vida. A companheira e o pequeno Rodrigo (filho) amenizam a distância para o país que o viu nascer e crescer e do qual sente algumas saudades. Até mesmo de algo que a maioria dos portugueses dispensa:
«Sinto falta principalmente da família e amigos. Pode não ser fácil de acreditar, mas também sinto falta do frio e da chuva», assume.

Regressar? O reconhecimento é maior fora do país

Paços de Ferreira, Fiães, Portosantense, Aves, Arouca, Penafiel e Trofense foram os clubes que representou em Portugal antes de rumar ao continente asiático. Por lá encontrou estabilidade a nível financeiro e não pensa (para já) no regresso. Romeu sente que o reconhecimento no Bahrain é (in)felizmente outro. É com mágoa que olha para a qualidade que as equipas portuguesas desperdiçam todos os anos e para a preferência dos clubes portugueses por jogadores estrangeiros.
As «oportunidades aqui são outras», garante antes de assegurar que regressar a Portugal só mediante uma proposta irrecusável.
«O regresso não é algo que pense neste momento. A nível financeiro é uma diferença muito grande e apenas um clube da Liga me levaria a reconsiderar esta posição. Noto com alguma tristeza que os jogadores portugueses têm muito mais reconhecimento no estrangeiro do que no próprio país. É o nosso triste fado», lame

Fonte: Abola.pt


Comentários

Escreva o seu Comentário
 




Top Artigos: Amor de Mãe