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Pesquisa

Alcoolismo na adolescência
Por Bruno Barbosa (Aluno, 3AED), em 2019/11/151046 leram | 1 comentários | 131 gostam
O que você deveria saber sobre - por Rebeca Vitória
É bem provável que você conheça alguém que já deu o famoso "PT", ou seja, ficou tão bêbado que passou muito mal e até vomitou. Você pode ter sido essa pessoa do "rolê", ou algum amigo seu, mas depois a pessoa foi para casa, se recuperou e ficou tudo certo. Talvez essa história vire até uma piada entre os amigos depois. Mas será que ficou tudo bem mesmo?

Não é novidade que a idade mínima para consumir álcool é de 18 anos, mas isso tem se tornado cada vez mais frequente e mais precoce. Os resultados das pesquisas mostram que 40% dos adolescentes brasileiros experimentaram álcool pela primeira vez entre os 12 e 13 anos. Além disso, mais de 60% dos jovens entre 12 e 18 anos já consumiram álcool.

Observando os dados, vemos a naturalização do consumo das bebidas alcoólicas e o incentivo da própria família. Porém, segundo a ciência, não é à toa que o consumo de álcool para pessoas mais jovens deve ser evitado.

Um dos fatores para a recomendação é o desenvolvimento do cérebro, que só é finalizado a partir dos 20 anos de idade. O desenvolvimento do PFC (córtex pré-frontal) que se localiza mais perto da testa é uma das áreas que ainda está finalizando. Essa área está relacionada ao controle de impulsos e tomada de decisão, sendo assim, a impulsividade e a dificuldade de tomar decisões podem ser comuns nessa fase, ainda mais com tantas mudanças.

A tomada de decisão já é mais difícil nessa fase e a influência de mais um fator, como o consumo de drogas e bebidas alcoólicas, pode colaborar ainda mais com a tomada de decisões ruins. Além disso, a impulsividade cresce com esse consumo, podendo colaborar com a "coragem" para tomar algumas atitudes durante algum evento. Muitas vezes esse recurso é utilizado para perder o medo ou timidez, porém, pode colocar o jovem em situações de riscos como brigas, acidente de carro e envolvimento em uma relação sexual de risco.

O uso de álcool precoce e constante colabora com o desenvolvimento do vício. O alcoolismo se desenvolve em um certo tempo, então, quanto mais cedo a pessoa começa a beber, mais tempo ela dá pro alcoolismo se estabelecer. Anteriormente, vimos que o cérebro ainda está em desenvolvimento, então, ele se torna sensível às substâncias químicas que entram em contato, podendo prejudicar sua formação. É fato que o consumo excessivo de álcool está relacionado ao desenvolvimento de doenças e lesões no organismo. Alguns exemplos mais conhecidos são a cirrose, a gastrite e até mesmo o câncer.

A questão do uso de álcool e de drogas vai muito além de obedecer a lei ou não, ou do certo e errado. Trata-se do desenvolvimento de adultos saudáveis tanto física como mentalmente. O consumo excessivo dessas substâncias como válvula de escape mostra a falta desenvolvimento de inteligência emocional nos jovens, o que poderia ser auxiliado pelos pais e por ações governamentais.

A curiosidade que temos pelo desconhecido e o famoso princípio de que "o que é proibido é mais gostoso" também podem colaborar com essa experimentação.
Independente dos motivos que nos levem ao uso de álcool, a reflexão sobre as ações dessa substância no corpo nos torna mais conscientes e responsáveis sobre as nossas atitudes.

Quando você tem o conhecimento sobre o que acontece no seu corpo, você consegue tomar decisões melhores e mais coerentes com o que você acredita. As situações de riscos, não só sobre decidir beber ou não, sempre aparecem. Situações que aparecem numa festa, por exemplo, quando tem alguma amiga que está bêbada e precisa de ajuda, ou quando você tem que decidir como você vai voltar pra casa, precisam ser pensadas com muito cuidado, pois podem ser cruciais. É necessária a nossa reflexão, seja de crianças, adolescentes e adultos, sobre a impulsividade nessa tomada de decisões, que são refletidas em diversas áreas da nossa vida.


Comentários
Por Aytel Fonseca (Professor), em 2019/11/26
Que texto interessante e bem escrito! Parabéns. Aliás, tema muito pertinente. Abraço. Aytel

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