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Aos mestres com carinho
Por Folha Cefet (Aluno, 2017), em 2018/10/15799 leram | 0 comentários | 104 gostam
Homenagem aos professores da ex-aluna do campus, Giovanna Almeida

Ao mestre com carinho, resistência e solidariedade na luta.

Queridos professores,

é no mês de outubro, mais precisamente no dia 15, que os olhares se voltam para vocês e que, normalmente, se agradece aos mestres e coloca-se a importância desses profissionais, que são fundamentais para se garantir o direito à aprendizagem para todos. Um dia no ano, porém, está longe de ser suficiente para celebrar o trabalho docente e também para discutir as situações enfrentadas por vocês no fazer cotidiano nas escolas pelo Brasil afora, ou as graves questões da conjuntura do nosso país que atingem os direitos da categoria e consequentemente a qualidade de suas vidas.

Nos tempos que vivemos e em um Brasil no qual os maiores ataques são na educação, escolher essa profissão é um ato de coragem e força. O momento é dramático. De um lado os trabalhadores estão sendo atacados por medidas que vão tornar ainda mais vulneráveis seu presente e seu futuro. Do outro, a escola está sendo alvo de projetos como o “Escola sem Partido”, de defensores de uma política inquisitória que querem destruir direitos e para isso precisam acabar com o pensamento critico porque, para eles, o pensamento é ameaça.

Muitos estudantes quando criança e adolescente são afligidos por um sentimento de aprisionamento na escola. Por vezes enxergamos nas carteiras enfileiradas, nas janelas gradeadas, nas portas fechadas, nos inspetores pelos corredores, nas matérias que não escolhemos, nos sinais, nos horários, nas ordens, nos "xiuuuu", a mão pesada de um sistema de opressão. E mais do que nunca, é preciso enaltecer os que lutam e lutaram pela alteração desse tipo de "Educação".

Sendo assim, afirmar a importância da escola e do professor se tornou uma missão que deve ser tocada por todos que reconhecem o significado dessa escolha profissional e que acreditam no poder do conhecimento para o alcance de uma sociedade mais justa e democrática. Existem duas possíveis formas de entender a educação. A primeira é a educação fordista, a escola-linha de produção, a escola-cadeia, a escola-mercadoria, a escola que reproduz consumidores e trabalhadores acríticos. A segunda é a educação que desafia, que luta, questiona, critica, duvida; a que se envergonha da verdade absoluta e batalha contra a censura e o senso comum. A escola que deixa voar as ideias. E é essa escola que precisamos defender, afinal, "Quando a educação não é libertadora...”.

Nesse sentido, nós estudantes temos um lado, e é o lado do professor.
Estamos ao lado dos que diariamente constroem conhecimentos com a gente. Ao lado daqueles que fazem da escola um espaço democrático e da sala de aula um ambiente no qual se respeita e valoriza a diversidade, a divergência e a dúvida. Estamos juntos dos que trabalham pra que nós, alunos, sejamos os melhores profissionais possíveis e os cidadãos que a sociedade precisa. Juntos dos que acreditam que é possível conciliar uma formação técnica qualificada com uma formação integral que crie profissionais essencialmente humanos. O nosso lado é o dos que prezam pela pluralidade de ideias e que discutem todas as questões que permeiam a realidade dos alunos.

Nós escolhemos o lado dos que não reduzem a educação à sala de aula, tão pouco a escola a um prédio. Dos que entendem que a vida é escola e que tem coragem de defender que lutar sempre é educar. Uma escola que não é de luta, é uma escola morta. E com vocês, queremos fazer do CEFET uma escola viva. Um lugar de espaços democráticos, de pessoas empáticas de muito aprendizado, mas também de transformação e diversão.

E vocês são peças chave para isso. Agradecemos por tornarem, por meio da vontade e da verdade com que trabalham, todo o aprendizado tão significativo. Os que defendem uma educação fria não fazem ideia da preciosidade da produção de conhecimento baseada no afeto e que nada abala.

O amor dos professores pela educação é hoje a esperança de um ensino digno e uma escola de qualidade. Como diria Paulo Freire, "A luta dos professores em defesa dos seus direitos e de sua dignidade deve ser entendida como um momento importante de sua prática docente, enquanto prática ética. Não é algo que vem de fora da atividade docente, mas algo que dela faz parte." Que quando vocês pensarem na dor e na delicia de ser o que são, sempre constatem que a delicia se sobressai, certo de que nós, estudantes, tomaremos partido em prol de combater tudo o que possa ser a “dor”.

Parabéns por carregarem o peso de serem imprescindíveis. E estamos juntos! Seguimos com vocês, por vocês, pela educação e pelos direitos dos trabalhadores.

Nossas homenagens aos mestres carregam muito carinho, resistência e solidariedade na luta por uma educação pública, gratuita, laica e de qualidade!


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