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A Tarde Queirosiana
Por Filipa Reis (Aluna, 11ºB), em 2015/04/301237 leram | 1 comentários | 141 gostam
No passado dia 15 de Abril, a turma do 11.º B encontrou-se às 14h45 no Passeio Público para iniciar o Roteiro Queirosiano de Lisboa, organizado por um grupo de alunos da turma (Francisca , Pedro , Raquel e Susana ) que foram os guias da visita.
Começaram por iniciar o Roteiro, nos atuais Restauradores, antigo Passeio Público (essa mudança de nome deveu-se à inauguração do obelisco). A aluna Raquel Genro explicou a importância do local na obra. Foi um local de convívio das classes mais ricas e foi onde Carlos da Maia regressou, depois de 10 anos fora de Lisboa, e ao regressar repara que tudo está diferente. É um local fundamental no Epílogo. Depois da explicação, a aluna leu uma passagem da obra que se relacionava com o local (cap. XVIII).
 Depois, guiaram os alunos até à Praça D. Pedro IV, conhecida por todos como Rossio, onde ouviram uma explicação acerca do 4.º andar do n.º 26, residência de Eça de Queirós com os seus pais quando regressou de Coimbra e antes de partir para Évora. Na esquina desse mesmo prédio, a aluna Raquel Genro explicou que foi num 1.º andar que, na obra, Vilaça alugou as instalações para o consultório médico de Carlos da Maia. Posteriormente, foi efetuada a leitura de uma passagem d’Os Maias que se relacionava com o consultório de Carlos da Maia (cap. IV).
De seguida, subiram a Rua do Carmo até à Rua Garrett, viraram na primeira rua à esquerda (Rua Ivens, antiga rua de São Francisco) e pararam à porta do famoso Grémio, que se situa no número 37, onde a aluna Susana Antunes efetuou uma explicação acerca da importância do local. Informou que o número 37 era um dos locais mais frequentados pelas personagens masculinas da obra. Mas, também, um dos locais mais frequentados por Eça de Queirós. Ainda se pode encontrar, no local, a mesa onde este lia os jornais. Nessa mesma rua, no 1.º andar da porta n.º 31, situar-se-ia a casa da mãe do Cruges, onde, na obra, vivia Maria Eduarda. Foi aí que Carlos, ao ser chamado para ir cuidar da filha de Maria Eduarda, a conheceu, descobriu o seu nome e onde o amor deles foi crescendo. À porta do n.º 31, a aluna Susana Antunes leu uma passagem da obra que se relacionava com o local (cap. XI).
À direita da Rua Ivens, localiza-se o Teatro de São Carlos. Ao chegarem ao local, os alunos ficaram a saber que o teatro abriu as suas portas em 1793. Que fora nesse local, na obra, que Carlos conhecera o conde e a condessa de Gouvarinho e onde esta trocou os primeiros olhares com o protagonista. Depois da explicação que permitiu aos alunos adquirirem conhecimentos acerca do local, a aluna Francisca Cunha efetuou a leitura de uma passagem da obra que se relacionava com o Teatro (cap. V).
Ao se deslocarem para a antiga rua do Ferregial, atual rua Vítor Cordon, os alunos depararam-se com a porta do n.º 45. A aluna Francisca Cunha explicou que se situava nesse local o famoso Hotel Bragança, no qual, na obra de Eça de Queirós, Carlos da Maia almoçou com Ega ao regressar a Lisboa. Esse Hotel era conhecido por ter uma excelente cozinha. Nessa rua, encontrava-se também a casa dos Cohen. Após a explicação, a aluna leu uma passagem da obra sobre o almoço dos dois amigos (cap. XVIII).
Após a passagem pelo Hotel Bragança, os alunos foram até ao antigo Largo do Loreto, atual Largo do Chiado. Aí se encontravam a Casa Havaneza e o Hotel Alliance. No Largo do Chiado, a aluna Francisca Cunha explicou que a Casa Havaneza era uma tabacaria muito importante na época e que era frequentada por políticos e por pessoas com estatuto social elevado. E que à frente do Hotel Alliance, que se situava por cima desta, fora onde o Sr. Guimarães revelara a Ega que Carlos e Maria Eduarda eram irmãos. Após a explicação, a aluna procedeu à leitura de algumas passagens da obra.
Os alunos deslocaram-se até ao Largo da Abegoaria, atual largo Rafael Bordalo Pinheiro, e ficaram a saber que o Casino Lisbonense se situava no número 10 e que fora lá que as Conferências do Casino decorreram e Eça realizara a 4.ª conferência.
O Teatro da Trindade localiza-se na Rua Nova da Trindade. Depois de uma explicação da aluna Francisca Cunha, todos os alunos tiveram a possibilidade de estar no local em que ocorrera o episódio do Sarau. Houve a leitura de um excerto da obra que se relacionava com esse episódio da Crónica de Costumes (Cap. XVI).
Descendo a Rua do Alecrim, os alunos viram a estátua em homenagem a Eça de Queirós. Os guias informaram os alunos que, na obra, aquela rua era bastante frequentada pelas personagens.
Ao chegarem ao Cais do Sodré, os alunos concentraram-se diante do edifício que fora o Hotel Central. Foram informados pelos guias que foi onde o episódio da Crónica de Costumes se passara e que fora um local muito importante na obra, pois foi onde Carlos da Maia e Maria Eduarda se vêem pela primeira vez. Também aí foi efetuada a leitura de uma citação relativa a esse episódio.
Para concluir a fantástica tarde que tiveram, os alunos deslocaram-se para a atual Praça do Município, antigo Largo do Pelourinho. Os guias disseram que fora onde Guimarães vira Carlos e Ega acompanhando Maria Eduarda. Carlos reparou que Guimarães saudou a sua amada e perguntou-lhe quem era, no capítulo anterior ao da revelação trágica. Para terminar, efetuaram a leitura da última passagem da obra (cap. XV).
E assim, deu-se por terminado o Roteiro Queirosiano de uma turma de alunos do século XXI, que os fez regressar ao século XIX.

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Comentários
Por António Rosa (Professor), em 2015/05/02
Foi pena não terem divulgado mais uma iniciativa tão interessante.

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