| Se eu pudesse pairar por cima do Serviço de Pediatria do IPO do Porto, bem alto e invisível, disperso numa esfumada nuvem de gás, para poder observar todos os que por ali passam e andam, e, simultaneamente, sentir o que vai na cabeça das pessoas e ouvir os seus desejos, então eu poderia ser muito mais eficaz do que sou. É que, dirigir uma massa heterogénea de gente, com dificuldades sem fim, é possível, mas suscetível de grandes falhas. O mérito que sobrevém deste grupo entusiasta, fundador do Jornal ELO, ressalta da capacidade de, caminhando no mesmo nível telúrico, absorver sentires como se sobrevoasse, qual fragmento de nuvem adivinhadora de desejos. O ser humano realiza-se quando se levanta acima do nível do terreno, quando se lança ao ar e depois cai organizado e ligado de forma diferente. Foi o que aconteceu com a equipa lúdico-pedagógica do IPO: atirou-se ao ar e caiu sob a forma de um Jornal, realizando os sonhos ocultos de muitos de nós, doentes e profissionais. |
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