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Dr. Armando Pinto lança livro
Por António Teixeira (Leitor do Jornal), em 2018/03/09464 leram | 0 comentários | 124 gostam
Perante um plateia repleta de atenta audiência, teve lugar no auditório do IPO do Porto, o Lançamento do livro " Vivências de um Médico Oncologista Pediátrico"
Não é difícil imaginar toda a nossa vida como um livro, cujas páginas se vão escrevendo a cada dia, a cada hora, a cada minuto e a cada segundo, começando por ser um livro de contos e fantasias e acabando como um romance, sério e factual. É tão incerta. Não sei quem é o autor, mas o sujeito deve ter muita paciência! Nunca para de escrever… Não descansa, a pobre criatura! Se ao menos pudesse parar por uns tempos, rasgar páginas malditas ou reescrever toda a história… Ah! Se ele, ao menos, tivesse uma folha de rascunho! Porque escreve tanto e tão rápido? Não podia escrever mais lentamente, para os bons momentos durarem mais, ou colocar menos pontos finais e capítulos?
Eu tinha a solução para isso: se fosse eu a escrever, restringia a minha vida toda a um só capítulo e atribuía uma certa continuidade à ação. Gostava também que fosse pouco monótona mas não de modo a prejudicar-me. Se fosse preciso descrever, fá-lo-ia com rigor, porque as passagens mais agradáveis necessitam de ser bem descritas.
Mas depois concluo que, afinal, sou eu o infame escritor da minha vida, que exagera nos capítulos, deixa ideias por concluir e risca, por vezes, palavras bonitas. Sou eu o maldito individuo que usa e abusa do poder da escrita para traçar o seu destino a cada dia que passa.
E assim são os livros: uns maiores, outros mais pequenos, com maior ou menor suspense. Temos que os saber ler, porque, por mais que queiramos, nunca vamos escrever um livro sem ter lido outros; muitas outras histórias, boas ou más, nos vão sempre influenciar, de tal modo, que a nossa vai sendo moldada. Sendo nós eternos escritores, é indispensável que sejamos, também, leitores sistemáticos. E não nos podemos apegar a um dado capítulo mais agradável, porque muitos outros se sucederão. Um bom livro depende disto.
Se querem recomeçar a escrever a vossa vida, em nada vos posso ajudar. Se pretendem continuar a escrever, então escrevam, que escrever é a forma mais eficaz de corrigir os erros da vossa obra literária. E não tenham medo de se enganar, que para escrever bem, é preciso fazê-lo mal primeiro.
No fundo, a vida somos nós que a escrevemos e nunca é como nós queremos. Temos de aceitar a vida como sendo um livro que jamais será do nosso total agrado, mas que pode ser atualizado e melhorado a cada dia que passa.

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