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Não me abandone!
Por Proeminovador (Aluno, Letramento), em 2014/10/16489 leram | 6 comentários | 143 gostam
Criação de alunos do 1º B!
Alexsandro Silva Lima (1° B)

Larissa Gonçalves Porto (1° B)

 

                                         Não me abandone!

Era sábado à tarde!


  Em um cemitério abandonado, morcegos apoiados em um carvalho, uma árvore bastante velha, havia uma mulher de cabelos longos e bagunçados, de vestido preto desbotado, chorando sobre uma sepultura antiga, uma relíquia, com seu corpo quase o permeando.

   A chuva caía sobre o seu corpo, mas nada impedia que a mulher se afastasse do túmulo.

  Seu nome era Olga e seu sobrenome: Ninguém sabia!

 

                          50 minutos antes

Voo 180. 200 passageiros de todos os tipos: sonolentos, uns com visual punk, outros reclamando por estarem na classe econômica. Apenas um era diferente: Carlos. Ele era um cerimonialista que iria para Florianópolis. Não era nada simpático, mas tinha uma boa dose de humor. Estranho né?

  Uma mulher com uma calça jeans, de sandálias havaianas que era show em 2003, esbarrou o seu joelho no dele. Ele queria soltar um palavrão, mas se conteve. Então ela se sentou em uma das poltronas.

- Meu nome é Olga – Disse ela.

  Ele a olhou e grosseiramente levantou o dedo do meio.

Ela franziu as sobrancelhas, levantou-se e seguiu rumo ao lavatório.

Quando voltou (para o espanto de todos) estava irreconhecível. Uma verdadeira dama negra. Retornou ao lado de Carlos que, desta vez, estava lendo um livro de romance gótico. Quando ele virou para o lado, viu Olga totalmente mudada! Teve um ataque de risos que soou meio que sarcástico!

- Não se assuste, continuo sendo Olga – Brincou ela.

Parecia que ela, de alguma forma, queria agradá-lo, mas a reação dele era cruel e dolorosa.

Olga então começara a chorar. As lágrimas caíam do seu rosto de uma forma tão leve e suave que ao mesmo tempo se transformava lágrimas assustadoras e melancólicas.

- Avance as páginas – Pigarreou ela!

Ele, meio desconfiado, avançou! Quase no final do livro encontrou uma folha dobrada em quatro partes. Ele, assustado, pensou: “Como isso foi parar aqui?”.

Carlos, então, começou a ler:

Querida mamãe,

Ontem a vovó dormiu comigo, pois eu estava com medo dos trovões. Chorei bastante, porque senti muito sua falta. A vovó me disse que você foi encontrar com Deus e já está voltando, mas sei que isso é mentira. Você morreu e nunca mais irá voltar. Estou escrevendo para lhe dizer que na semana passada a professora me colocou de castigo, mas eu não sei o porquê. Não fique brava mamãe, pois no próximo semestre prometo que irei me comportar. Queria muito que Deus lhe trouxesse de volta, pois te amo muito.

De Carlos

Para Olga

Ao terminar de ler a carta, Carlos começou a chorar, pois se lembrou de que tinha escrito quando tinha apenas sete anos, uma semana após sua mãe morrer na guerra civil. Ele, então, dobrou a carta novamente e guardou no bolso do paletó. Logo após, curvou-se para a poltrona do lado, onde estava Olga, olhou nos olhos dela e sussurrou (bem baixinho):

- Mamãe!

Ela, segurando a mão dele, chorando, lhe pede um favor: “Não me abandone”.

O avião aterrisa em Florianópolis, o destino de Carlos. Ele, então, levanta-se e vai caminhando, um pouco abatido, em direção da saída ao avião. Quando olha para trás para ver Olga, sua mãe desaparecera.

  Ele retirou do seu paletó, novamente, a carta e percebeu que tem algo escrito no verso do papel. Nele dizia o seguinte:

_ Mamãe!

Naquela manhã de 17 de outubro de 1964 eu a perdi.

Mas aquilo que o vento leva o tempo não destrói. Então, peço-lhe um favor:

_ Não me abandone!


Comentários
Por Nathálya Pereira (Aluno, 9°a), em 2014/11/24
Muito interessante , pois é uma história de se emocionar e não querer parar de ler.
Por Giovanna Lopes (Aluna, 3ª B), em 2015/04/16
Muito bom!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1111111111
Por Karolyne Rosa (Aluna, 2 B), em 2016/05/09
Muito bom, uma história cativante.
Por João Vitor Nascimento Valentin (Aluno, 1 C), em 2017/07/03
Muito boa essa história
Por Emilly Figueredo de Oliveira (Aluna, 1 ano D), em 2017/07/03
Otima, achei muito interessante!!
Por Yllana Oliveira (Aluna, 2°E), em 2017/07/03
Gostei bastante!!!!!!

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