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Jornal do Agrupamento de Escolas Dr Flávio Gonçalv
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PONTO DE VISTA
Por Paula Costa (Professora), em 2015/05/04461 leram | 0 comentários | 149 gostam
Sou uma apreciadora da criatividade que se encontra na publicidade, havendo portanto, anúncios de que gosto particularmente e muitos outros que não aprecio, ou mesmo detesto.
Ultimamente, tenho visto um anúncio à Coca-Cola em que o publicitário se lembrou de colocar uma menina a queixar-se à mãe que a amiguinha de escola a acusa de ter uma mãe muito velha e, de seguida, mostra um garoto ruivo, muito giro, a queixar-se que na sua escola o apontam por ser diferente e ter dois pais. A concluir o anúncio, as crianças são questionadas sobre a sua possibilidade de escolha e elas dizem, radiantes da vida, que escolheriam a mãe que é considerada velha e os dois pais.
Ora tudo isto é para fazer publicidade à Coca-Cola, mas faz o público espectador pensar. Gosto desta publicidade, não pela bebida que detesto, mas pelo sentido, pelo conteúdo do anúncio: a mãe pode ser velha mas ser uma óptima mãe e isso é que é importante; por outro lado, um rapaz ou uma rapariga pode ter dois pais, ou até duas mães e ser muito feliz, ter carinho, educação, cuidados de saúde, etc. Isso é que é importante!
Parece-me preferível uma criança ter dois pais ou duas mães a não ter ninguém. Parece-me preferível uma criança ter dois pais ou duas mães a estar internada numa instituição. Parece-me preferível uma criança ter dois pais ou duas mães a ter um pai e uma mãe e ser mal tratada, sofrer na pele atos de violência (e veem-se tantos!), passar fome, não ter cuidados médicos, desconhecer um gesto de ternura, não saber o significado da palavra amor.
O amor é essencial ao crescimento integral da Criança. E há tanto homem e tanta mulher, ou tantos homens e tantas mulheres que podem fazer a felicidade de uma criança! Não entendo tanta oposição aos casais homossexuais para poderem adotar. Em minha opinião, é uma hipocrisia não permitir a adoção e deixar as crianças serem violentadas como se constata diariamente pelas notícias. É uma hipocrisia deixar que as crianças tenham pai e mãe e lhes falte tudo. É uma hipocrisia permitir-se a adoção de uma criança por um homem ou uma mulher , só por que é solteiro e, posteriormente, ele ou ela passarem a viver em união de facto com outra pessoa do mesmo género.
É urgente abrir os olhos e deixarmos de ser hipócritas. A Criança tem direito a uma família (que pode ser constituída só por um homem ou uma mulher, ou por duas pessoas do mesmo sexo), importante é que sejam uma família. A Criança tem direito à protecção, à saúde, à educação, à liberdade. Nós, humanos, não temos o direito de lhe cortar as asas da felicidade, de lhe impedir o acesso a uma vida cheia de atenção, ternura e amor.

Marta Oliveira Santos
(a nossa colega não escreve ao abrigo do Acordo Ortográfico)


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