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O SAPO JULIÃO
Por Paula Costa (Professora), em 2015/02/16688 leram | 0 comentários | 199 gostam
Era uma vez um sapo verdinho, pequenote, e com a pele manchada de pintinhas. Introvertido, solitário e sonhador, era o sapo Julião.
Julião vivia no Parque da Cidade da Póvoa de Varzim, local sempre florido, cheio de borboletas esvoaçantes e com um cheiroso perfume a ervas frescas.
Julião tinha, desde sempre, um sonho: ele adoraria poder sair do seu juncal, ultrapassar os muros do parque e visitar a Póvoa de Varzim. No entanto, sentia-se demasiado pequeno e vulnerável para tamanha façanha. Por vezes, escondido no meio dos juncos, o sapo ouvia conservas de pessoas que passeavam no parque e falavam de sítios, monumentos, ruas e praias.
Numa tarde quente de junho, Julião ouviu uma conversa entre dois mosquitos, seus vizinhos. Falavam de uma banda alegre que tocava num lindo coreto situado numa praça chamada de Almada, perto de um grandioso edifício chamado Câmara Municipal. O sapo, deslumbrado, decidiu pedir ajuda à sua amiga gaivota Larota. Pediu-lhe que o levasse a ver o mar, a ver a praia, a ver a Póvoa. Com ela, sentia-se seguro, já não teria medo.
Larota, feliz por poder ajudar o amigo, aceitou de imediato.
Na madrugada seguinte, quando ainda todos dormiam no parque, Julião, bem acomodado na penugem de Larota, iniciou a sua jornada. O sapo não cabia em si de contente. Sobrevoaram uma linda praia chamada dos Beijinhos, seguindo depois pela costa até ao “Passeio Alegre”. Aí, Julião avistou um homem que olhava fixamente o mar. A gaivota explicou que se tratava do “Cego do Maio”, monumento ao herói poveiro, salva-vidas e pescador do séc. XIX e, pousou, por uns momentos, no seu barrete. Dali, Julião conseguia avistar o Forte de S. Pedro, o Casino, o Guarda-Sol e o Diana Bar.
Como se aproximava a hora de almoço, Larota resolveu pescar e voaram os dois em direção ao mar. Já em mar alto, a gaivota avistou um enorme cardume de Linguados. Sem hesitar, mergulhou em voo picado na sua direção. Julião, não conseguindo agarrar-se, caiu e mergulhou em pleno oceano.
Aflito, assim que tocou na água, abriu os olhos e constatou que tinha caído sim, mas no seu juncal.
Tudo não tinha passado de um lindo sonho!

Francisca Raposo Moreira, 5º C


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