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5 DE DEZEMBRO - DIA INTERNACIONAL DO VOLUNTARIADO
Por Cristina Ferreira (Professora), em 2019/12/08155 leram | 0 comentários | 67 gostam
Voluntariado e Natal

«Somos todos anjos com uma asa só e só podemos voar se nos abraçarmos uns aos outros».

5 de dezembro, data que recorda o voluntariado, uma forma de ser especial, no mês em que se celebra o Natal.
O admirável é a semelhança e o antagonismo das efemérides, porque voluntariado e Natal são doação e afetos, mas a época natalícia traduz consumo, azáfama, movimento, luzes, encontros e presentes, ao contrário do voluntariado que é gratuito, silêncio, sorriso, abraço e tempo para dar de presente.
Na disciplina de Cidadania e Desenvolvimento sensibilizamos os alunos para o voluntariado e para a importância que assume para quem precisa e também para quem o dá. Na sociedade atual, cada vez mais apelativa do ponto de vista material, é premente a troca de afetos, de diálogo, de saber ouvir, ou mesmo, de apenas estar. Ter tudo não significa ser feliz, porque é necessário ser mais e dar-se mais. Quando algo é dado com o coração tem mais alma e o amor que acompanha a doação de tempo transforma as pessoas que, por sua vez, transformam o mundo. O que temos de material preenche uma parte da vida, mas é efémero, e o que realmente fica é o que não tem preço, mas, sobretudo, o que tem apreço.
Como sensibilizar os nossos jovens e crianças a acompanhar alguém, mesmo familiar, que necessita de tempo? Tantas são as necessidades, não materiais, mas do coração, do beijo, da partilha e do apenas estar. São muitas as histórias reais, de verdadeiro altruísmo, mas a que passo a contar, sem nomes próprios, retrata o sentido do que é o voluntariado.

«Era uma vez uma ilha, onde moravam todos os sentimentos: a Alegria, a Tristeza, a Sabedoria e todos os outros sentimentos. Por fim o Amor. Mas, um dia, foi avisado aos moradores que aquela ilha iria afundar. Todos os sentimentos se apressaram para sair da ilha.Pegaram nos seus barcos e partiram. Mas o Amor ficou, pois queria ficar mais um pouco com a ilha, antes que ela afundasse. Quando, por fim, estava quase a afogar-se, o Amor começou a pedir ajuda. Nesse momento passava a Riqueza, num lindo barco. O Amor disse:
- Riqueza, leva-me contigo.
- Não posso. Há muito ouro e prata no meu barco. Não há lugar para mais ninguém.
  Ele pediu ajuda à Vaidade, que também passava.
- Vaidade, por favor, ajuda-me.
- Não te posso ajudar, Amor, estás todo molhado e poderias estragar o meu barco novo.
Então, o Amor pediu ajuda à Tristeza.
- Tristeza, leva-me contigo.
- Ah! Amor, estou tão triste que prefiro ir sozinha.
  Também passou a Alegria, mas ela estava tão alegre que nem ouviu o Amor chamá-la. Já desesperado, o Amor começou a chorar. Foi quando ouviu uma voz chamar:
- Vem Amor, eu levo-te!
  Era um velhinho. O Amor ficou tão feliz que se esqueceu de perguntar o nome do velhinho. Quando chegou ao outro lado da praia, ele perguntou à Sabedoria.
- Sabedoria, quem era aquele velhinho que me trouxe aqui?
 A Sabedoria respondeu:
- Era o TEMPO.
- O Tempo? Mas porque só o Tempo me trouxe?
- Porque só o Tempo é capaz de entender o "AMOR"."
Felizmente, também conhecemos casos em que jovens e adultos concretizam iniciativas de grande doação pessoal, que repartem o seu tempo com familiares ou desconhecidos e fazem-no com tanta dedicação que apenas se pode dizer que o seu tempo é mesmo de ouro, não para ser pago, mas valorizado pela dedicação, entreajuda e disponibilidade para apenas estar…
Porque, afinal, voluntariado e Natal têm em comum tornar a vida de alguém mais especial.

Equipa do FGNotícias
Cristina Ferreira
Paula Soares da Costa


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