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CONAN, O RAPAZ DO FUTURO (1978) OSÍRIS
Por Paula Costa (Professora), em 2019/03/08534 leram | 0 comentários | 101 gostam
Ao ouvir o primeiro nome, Conan, recordei a mítica série de animação dos anos 80 – Conan, O Rapaz do Futuro – cujos episódios segui na televisão ao lado de meu filho.
Filho que sabia a música toda de cor e cantava com Conan, o garoto despenteado e cheio de sardas no rosto que tinha um ar muito giro.
O conceito da série assusta um pouco, pois remete para a ideia de uma Terceira Guerra Mundial feita à base de armas ultra magnéticas, mostrando como a Terra podia ficar com a humanidade reduzida e à beira da extinção. Houve quem fugisse para o espaço, porque a vida na Terra era impossível, uma vez que mudanças no seu eixo fizeram com que os continentes desaparecessem e fossem engolidos pelo mar. Alguns humanos tentaram fugir numa nave espacial, mas não escaparam e caíram na destruição existente na terra. Mais tarde, os sobreviventes lutam pela vida nas ilhas que permaneceram à superfície. É na ilha onde caiu a nave espacial que vive Conan e o avô com aventuras e peripécias mil. Em suma, é uma série de ficção científica épica, com ótima animação, cenas de ação, música e ritmo. Um clássico intemporal para todas as idades, que vale a pena ver ou rever.
Foi uma série que se apreciou cá em casa e que se recorda em família. Hoje, haverá pais que recordem episódios de filmes que viram e discutiram ou esclareceram certos pontos com os filhos? Pessoalmente, duvido.
Voltando ao nome anunciado pelo apresentador naquele dia, fiquei curiosa – Conan Osíris! Mas este Conan, pela aparência não é o da série de animação. Quanto a Osíris, é um deus da mitologia egípcia. Foi, primitivamente, a deificação da força do solo, que faz a vegetação crescer, sendo o inventor da agricultura e o propiciador da civilização. Mais tarde, os seus mitos passaram a representá-lo como um mítico faraó que teria governado o Egito, sendo traído por seu próprio irmão que o mata para obter o trono. Mas Osíris vence a morte e renasce no Além, tornando-se o Senhor da vida pósmorte e juiz dos espíritos que lá chegam. Embora a trajetória de deus da vegetação para deus da vida após morte pareça desconexa e incoerente, o que há de comum nessas atribuições é o conceito de ciclos de vida e renascimento que tanto a vegetação, quanto a passagem para o além carregam. Assim, pode-se dizer que Osíris é o deus do renascimento.
Dito isto, Conan Osíris surge envergando uma vestimenta branca e tendo as faces semitapadas com um objeto dourado, talvez remetendo para a riqueza do tal deus que, ele próprio (o pseudoartista) desconhece. Numa das mãos apresentava uma espécie de luva cujos dedos pareciam lanças. À questão que lhe puseram sobre o significado dessa luva, nada disse. Porquê? Puro desconhecimento! Alguém lhe enfiou a luva para parecer bem, unicamente.
Alguma ligação entre Conan, O Rapaz do Futuro, e Conan Osíris? A meu ver, a única coisa que os liga é mesmo o futuro. No primeiro o rapazito escapou com vida e luta pelo seu futuro com ar divertido e feliz; no segundo caso, o futuro será um mundo vazio em que os afetos se transmitem pelo telemóvel em SMS que logo se apagam ou de forma fria e virtual. Cá por mim prefiro o garoto de sardas, que corre e canta feliz, que dá a mão ao avô, o abraça e lhe dá mil beijos.

Marta Oliveira Santos


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