Natal é sempre Festa | |
Por Eleutério Gouveia Sousa (Leitor do Jornal), em 2020/12/21 | 162 leram | 0 comentários | 26 gostam |
Apesar do comércio, o Natal é comemorado sempre | |
Octaviano Correia UM PAI NATAL DE SORRISO ABERTO Crónicas | 19/12/2020 08:16 Escrever sobre o Natal num tempo que nos controla as horas, que conta cada minuto da vida, que nos traça caminhos e impede rotas e acessos, num tempo de restrições, de proibições, de impedimentos, não é fácil. Traz-nos aquela pontinha de saudade da liberdade de visitar as lojas enfeitadas de estrelas multiculores e árvores de fingir estralejando mil luzes que parecem dançar ao ritmo repetitivo do “é Natal”. Saudade de um Pai Natal, mesmo sendo aquele que, dizem, o “marketing” da coca-cola inventou, sentado num improvisado trono a deixar-se fotografar com as ilusões das crianças ao colo. Saudade das ruas cheias de gente apressada como se a Festa fosse já daqui a cinco minutos. Dos meninos de olhos arregalados a olhar as montras e a saltitar ao lado de pais-natais de fingir, abrindo sorrisos por entre as barbas de algodão, pintando as ruas com aguarelas de balões irrequietos. Escrever sobre um tempo que deixou de ser, mas que enche o ar de recordações e cheiros e sons que moram dentro de nós não é fácil. É quase como escrever sobre o Futuro como se o presente tivesse acabado. Futuro. Quando? Dizem que Natal é sempre o que queremos e hoje queremos mais do que nunca, que o seja. Que volte a ser. Vem aí 2021. Um outro ano. Um Ano Novo como acontece a cada trezentos e sessenta e cinco dias. Os votos de sempre que nem sempre se materializam, mas que trazem sempre uma nova esperança, a esperança renovada de ventos mais auspiciosos. Dois mil e vinte é para esquecer. Ou talvez não. Deve ser, antes, um ano para recordar. Aprender. Se é que a Humanidade ainda está a tempo de aprender consigo mesma. Capaz de olhar para trás e ver um outro “lá para a frente”. Capaz de perceber que Natal não é apenas um dia de prendas e trocas de presentes. Que Natal é mais, muito mais do que uma simples festa. Natal, uma velha palavra do latim, “natalis”, um adjetivo, quando se refere ao nascimento e substantivo, o próprio dia do nascimento. Que este Natal, seja o “substantivo”. O próprio dia do nascimento, do renascimento de um tempo melhor. De um tempo que nos faça pensar neste presente que parece nunca mais ter fim. Neste presente que queremos, desesperadamente, volte a ser Futuro. Que volte a ser o tempo dos abraços. Dos braços abraçando contentamentos. Do tempo dos meninos sentados no colo de pais-natal de sorriso aberto por entre as barbas brancas de algodão. Só. | |
Comentários | |