O ARAUTO DO VALE
Jornal do Médio Vale do Paranapanema
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Luta Heroica
Por Eleutério Gouveia Sousa (Leitor do Jornal), em 2020/03/18209 leram | 0 comentários | 44 gostam
A luta pela independência do Reino não foi fácil
«Numa operação relâmpago, depois de terem saqueado povoações e castelos, desde o Algarve até ao Ribatejo, passando por todo o Alentejo, as forças muçulmanas enviadas pelo Rei de Marrocos Abu Yaqub Yusuf, para a reconquista dos territórios perdidos na península ibérica, chegaram ao castelo de Tomar, depois de terem executado e decapitado todos os monges da Igreja de Santa Maria da Alcáçova, em Santarém e de terem conquistado Torres Novas.

Os muçulmanos, liderados por Jacob Almançor, cercaram Tomar com cerca de novecentos guerreiros mouros. No castelo estavam cerca de duas centenas de defensores, sendo a sua maioria Cavaleiros Templários, liderados pelo seu velho Mestre Provincial em Portugal, fr. Gualdim Pais, com setenta e dois anos. Haviam sido avisados da aproximação dos muçulmanos pelos alertas das sentinelas de torre de atalaia [vigia], que se situavam entre os castelos de Almourol e de Tomar.

Durante seis dias, entre várias tentativas de entrar no espaço fortificado, foram saqueados todos os campos em redor do castelo. Os mouros queriam penetrar na área fortificada pela porta de Almedina, que dá, nos dias de hoje, para a mata dos Sete Montes e que, nesse tempo, dava acesso directo à vila dentro de muralhas.
Os Templários, no interior da muralha, ameaçados de morte pela fome, sem poderem receber quaisquer reforços, nem poderem usar os seus cavalos, ouvem fr. Gualdim Pais, já um velho de setenta e dois anos, ordenar o que ninguém pensava ouvir: “Abram os portões”.

O acesso ao interior, após ter ultrapassado a porta, é bastante íngreme e entre muros, numa subida que só prejudica a progressão do assaltante. Fr. Gualdim Pais e os seus Cavaleiros Templários carregaram a pé sobre os muçulmanos.

Reza a história que, quando a espada dos Templários se cruzou com o sabre dos sarracenos, se ouviu gritar: “Non nobis, Domine, non nobis, sed nomini Tuo da gloriam” [“Não por nós Senhor, não por nós, mas pela tua Glória”].

A mortandade foi tanta junto à porta de Almedina e tanto sangue mouro foi derramado que, desde esse dia, a porta da traição, em Tomar, ficou conhecida como “as portas do sangue”.

Travado o ataque mouro, era tempo de repelir as forças muçulmanas, de novo, para sul, numa reconquista de território que se ficou a dever, sem dúvida, à bravura e à coragem dos Cavaleiros Templários e do seu Mestre fr. Gualdim Pais.»


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